Lula da Silva (PT) reina absolutamente na esquerda brasileira faz pelo menos 35 anos. Sob a sombra de sua liderança não vicejou qualquer outra liderança dentro desse espectro ideológico que assumisse a condição de substitui-lo. As poucas que emergiram não se mostraram capazes de se manterem em pé, sem a presença do líder maior. Foi assim com Dilma Rousseff (PT), cujo governo desastroso findou com um processo de impeachment, que a transformou numa figura política de quase nenhuma expressão até mesmo dentro de seu próprio partido. Ela sequer participa da imensa equipe de transição montada pelo núcleo duro do PT. Outra liderança que tentou, e ainda tenta emergir como alternativa de Lula da Silva, no âmbito do PT, o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, já foi testado em duas eleições majoritárias, como candidato à Presidência da República em 2018 e como candidato a governador de São Paulo na última eleição.

No âmbito partidário, durante esses longos anos de liderança absoluta de Lula da Silva na esquerda brasileira, nenhuma das siglas que surgiram sob a sombra do petismo vicejaram e ganharam músculo suficiente para sobreviverem. Quase todos esses partidos nunca passaram de “puxadinho” do PT. Algumas tentativas, como por exemplo, o PDT de Leonel Brizola, e mais tarde de Ciro Gomes, apesar de algum alento, também se renderam sendo transformados também em “puxadinhos”. Os demais não saíram de linha auxiliar do líder esquerdista maior. É evidente, a longevidade de líderes de esquerda é comum em todo o mundo, e exemplo disso foi Fidel Castro, que reinou em Cuba por quase 50 anos.

O tempo é inexorável, mesmo que carismáticos esses líderes envelhecem biologicamente, assim como suas ideias. O presidente eleito chega para comandar o Palácio do Planalto – e o destino próximo do Brasil-, aos 77 anos com saúde fragilizada e sem novas ideias para governar o país que não sejam aquelas mesmas que serviram de base em seus dois governos na primeira década deste Século XXI. Boa parte da equipe com que vai governar o Brasil é praticamente a mesma, com integrantes com ficha pouca recomendável, e pouca ideia nova na cabeça. Como a esquerda teve representação parlamentar reduzida na última eleição proporcional – a soma de deputados federais eleitos pelo PT e seus “puxadinhos” mal chega a 20% do total de 513 parlamentares daquela Casa Legislativa.

A minoria da base governista do futuro presidente Lula da Silva, constituída a partir das vozes das urnas, imporá ao novo ocupante do Palácio do Planalto a necessidade de ampliar a governabilidade do país a partir da formação de um governo de coalizão juntando os parlamentares de esquerda aos parlamentares de centro-direita e de direita fisiológica. Sem essa coalizão, Lula da Silva não conseguirá governar minimamente, e dificilmente chegará ao final de seu mandato. O grande problema é saber qual o custo dessa coalizão, tanto em termos de repartição de cargos na estrutura da burocracia federal, quanto ao custo de dinheiro público envolvida nessas transações. A história não nos traz boas lembranças desse tipo de prática.

ARQUIVADO

A Procuradoria-Geral da República arquivou uma representação ajuizada tempos atrás pelo atual procurador geral do Ministério Público de Contas, Paulo Sérgio Oliveira, contra o conselheiro do Tribunal de Contas de Roraima (TCE/RR), Joaquim Souto Maior Neto, por “ausência de elementares do tipo e afastada a materialidade delitiva”. O MPC/RR havia apontado crime de peculato por suposto recebimento indevido de diárias.

COMPROVAÇÃO

De acordo com o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, todas as viagens apontadas pelo MPC foram devidamente comprovadas pelo TCE/RR, seja por meio de certificados de participação do conselheiro aos referidos eventos ou com o cancelamento antecipado e devolução de diária quando precisou retornar antes do período previsto. O subprocurador apontou a inexistência de “robustez, especificidade e o mínimo indício necessário” para dar continuidade àquela representação.

REELEITO

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) está com amplas possibilidades de conseguir sua tão sonhada reeleição. Ontem, a liderança do PT, falando também em nome do PC do B e do PV – esses partidos formam uma federação-, declarou que os parlamentares dessas siglas votarão para reeleger o deputado alagoano. Uma das justificativas para o apoio é função do fato de Lira ter sido uma das primeiras autoridades da República a reconhecer o resultado das urnas que deram vitória a Lula da Silva. É claro, de  recheio está o apoio de Arthur Lira à tramitação e votação da PEC da Transição, quando ela chegar à Câmara dos Deputados vinda do Senado Federal.  

MINISTRO

Por falar em Arthur Lira, uma fonte muito confiável da Parabólica garante que ele reafirmou, numa reunião com a nova bancada do Republicanos que seu candidato ao Tribunal de Contas da União (TCU) na vaga da ministra Ana Arraes é o deputado federal roraimense Jonathan de Jesus. Garantiu que além de indicar vai trabalhar firmemente para cabalar voto ao deputado roraimense. Jonathan concorre com pelo menos três outros candidatos, e o apoio do Arthur Lira é fundamental para que consiga vencer os adversários. Tomara.