Política

Câmara cancela quatro sessões por falta de energia e cobra Eletrobras

Presidente da Câmara de Boa Vista critica as medidas paliativas para o problema energético e cobra solução definitiva

As interrupções no fornecimento de energia elétrica em Boa Vista atormentam a sociedade. Órgãos públicos e empresas particulares enfrentam transtornos por prolongados períodos sem luz. A Câmara Municipal de Boa Vista foi um dos órgãos afetados pelos apagões. O presidente da Casa, vereador Edilberto Veras (PP), espera que a Eletrobras tenha mais responsabilidade com a qualidade do serviço.

A preocupação foi exposta publicamente em sessão da Câmara e durante audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), na quinta-feira, para discutir a questão. Veras disse que a concessionária de energia adota medidas paliativas, enquanto a sociedade convive com a possibilidade de agravamento da situação.

“Na Câmara, fomos obrigados a cancelar quatro sessões, nas quais se votavam projetos de interesse da sociedade, por sucessivas ou prolongadas interrupções. Empresários e populares reclamam de prejuízos com danos a equipamentos eletro-eletrônicos, entre outros. Não temos um sistema confiável e os setores competentes fazem pouco caso quanto ao término da interligação do estado ao sistema nacional de distribuição de energia elétrica”, declarou Edilberto Veras.

O parlamentar lembrou que, até agora, o Estado é abastecido por meio do contrato firmado com a Venezuela para este fim. Para ele, o convênio binacional merece atenção porque em diferentes oportunidades houve rumores de que o país vizinho suspenderia o fornecimento. De outro modo, critica obstáculos criados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), para evitar que o Linhão de Tucuruí, que interligará Roraima ao sistema nacional, a partir de Manaus (AM), seja construído dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari.

“Entendo que esta obra é uma questão estratégica para o país. A pretensão de quaisquer órgãos públicos nacionais não deve obstaculizar sua conclusão. O direito dos índios deve ser resolvido sem prejudicar cerca de 500 mil pessoas que vivem em Roraima. Estamos em área de tríplice fronteira e aqui é a porta de entrada do Brasil para turistas e comércio, a partir do extremo Norte. O Linhão de Tucuruí é construído na faixa de domínio da BR-174. Portanto, já é área do Denit. Ademais, o Linhão de Guri passa na área indígena de São Marcos e não houve essa complicação”, analisou Edilberto Veras.