Bom dia,
Nos tempos do governo militar, embora houvesse um presidente instalado no Palácio do Planalto, em certas datas do calendário cívico/militar, como exemplo o 7 de setembro, o 31 de Março (do golpe militar); Dia do Soldado; entre outros as atenções da opinião pública restavam voltadas para o que diziam os comandantes militares, especialmente do ministro do Exército. Eles é que diziam o que os brasileiros e as brasileiras podiam esperar do comportamento de um Congresso Nacional vassalo e amedrontado; de uma justiça servil e de um Executivo aparelhado para cumprir os objetivos da “Revolução Democrática” de 31 de Março, embora o golpe contra o presidente João Goulart tenha efetivamente ocorrido no dia 1º de abril.
Nesse tempo de hoje no Brasil, de uma democracia relativizada, com censura tão aberta quando naquele tempo de ditadura, o foco da opinião pública não só em efemérides cívico/políticas resta voltada ao que dizem ministros dos tribunais superiores. Foi assim ontem a quando da abertura dos trabalhos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) comandado pelo ministro Alexandre Morais; de igual forma com o discurso de Rosa Weber que preside o Supremo Tribunal Federal (STF). Ambos deram o rumo do que podemos esperar enquanto Nação, tal como faziam os generais no governo militar.
PREVISTO
Como já era previsto nos bastidores, os presidentes da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram reeleitos, sendo que o primeiro venceu com folga, com apoio de praticamente todos os partidos e muita tietagem dos colegas após o anúncio do resultado. As declarações de apoio a Pacheco, ao contrário, foram bem mais tímidas, inclusive dos políticos locais.
POSSE
A posse na Câmara aconteceu pela manhã e foi bem tumultuada, com direito a suspensão devido a um desmaio do pai do deputado Arthur Lira. Alguns deputados de Roraima precisaram ser chamados duas vezes por não serem ouvidos na confirmação de presença no primeiro chamado da sessão preparatória. Só no começo da tarde aconteceu a eleição da Mesa. No Senado, posse e eleição foram seguidas e mais objetivas.
FIGURAS
Outras figuras conhecidas de Roraima que tomaram posse ontem como deputados federais, ambos pelo Rio de Janeiro, foram o General Eduardo Pazuello (PL), ex-ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro e que por aqui comandou a Operação Acolhida do Exército, e Alexandre Ramagem (PL), que até pouco tempo era o diretor da Agência Brasileira de Inteligência, mas já atuou por aqui como delegado da Polícia Federal.
BOTS
Quem assistiu a transmissão ao vivo da posse dos deputados federais, no canal oficial da Câmara Federal no Youtube, ficou zonzo com a campanha intensa com disparo em massa de mensagens contra a candidatura de Rodrigo Pacheco (PSD) à presidência do Senado Federal e, é claro, o costumeiro bate-boca polarizado pela militância Lula x Bolsonaro. Grande parte das postagens, com uso perceptível de robôs e perfis falsos.
JUSTIFICATIVAS
Depois que começaram ser divulgadas as viagens custeadas pelas Casas Legislativas para que políticos e assessores locais acompanhassem a posse de parlamentares em Brasília, as justificativas utilizadas nas publicações se tornaram as mais criativas possíveis.
FUNDIÁRIA
A Assembleia Legislativa de Roraima vai contratar uma empresa para prestar serviços de assessoria técnica em regularização fundiária urbana, para atender núcleos familiares informais, localizados na sede de municípios do interior do Estado. Essas prefeituras, conforme publicação do aviso de continuidade da licitação precisam aderir a um Termo de Cooperação Técnica com a casa legislativa para serem beneficiadas.
MARTELO BATIDO
Já está praticamente batido o martelo em torno da eleição do deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos) para o Tribunal de Contas da União. Ele deve assumir a vaga deixada pela conselheira Ana Arraes, que se aposentou no ano passado. A eleição acontece na manhã desta quinta-feira, dia 2, e o parlamentar de Roraima foi o que conseguiu maior número de apoios declarados entre os votantes até agora.
JUDICIÁRIO
O ano judiciário foi aberto ontem, dia 1º, apenas com pautas administrativas e discursos em clima de despedida. É que na segunda-feira, dia 6, toma posse a nova gestão para o biênio 2023-2024, com o desembargador Jésus Nascimento como presidente. A desembargadora Tânia Vasconcelos fez menção ao fato inédito de ter uma dobradinha feminina, com a desembargadora Elaine Bianchi, à frente do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima.
NOMEAÇÃO
Saiu ontem, quarta-feira, a nomeação da agora ex-deputada federal por Roraima, Joênia Wapichana, como presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, a Funai, assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. Desde o anúncio pelo Governo Lula, ainda no final do ano passado, ela já vinha tomando pé da situação da instituição.