Não poderíamos começar nossa conversa com as leitoras e leitores sem fazer referência ao Dia Internacional da Mulher. São tantas as lembranças e justas homenagens que a elas nos associamos, com o desejo sincero de que todo esse movimento possa realmente valorizar o papel que elas representam para o mundo. E, especialmente, para que possamos remover essa chaga, inexplicável nesses tempos de Século XXI, de violência contra mulheres, sejam elas físicas ou psicológicas.   

MOVIMENTO 1

Os vereadores de Boa Vista (é isso mesmo!) encabeçaram uma discussão em torno da situação da BR-174, que se encontra praticamente intrafegável, no trecho da reserva indígena Wamiri-Atroari. O apelo à bancada federal foi feito pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Genilson Costa (Solidariedade), durante a sessão de ontem, com a sugestão de uma aliança entre representantes do Amazonas e Roraima no Congresso Nacional.

MOVIMENTO 2

Coincidentemente, esse foi o mesmo mote de discursos efusivos de vários deputados pelos lados da Assembleia Legislativa. O coro foi puxado pelo deputado Gabriel Picanço (Republicanos), que pediu a mobilização de todos os parlamentares de Roraima – estaduais e federais-, em mais uma audiência no Ministério dos Transportes, em Brasília, para discutir o assunto. Enquanto isso, quem precisar trafegar por ali, que lute.

MOVIMENTO 3

O tom de mobilização da bancada federal também foi seguido pelo deputado Lucas Souza (Pros), em discurso na tribuna da Assembleia, contudo, em tom mais tímido e com ênfase na responsabilidade do Governo Federal na questão. Segundo ele, o governador Antonio Denárium (PP), seu tio, é sensível à situação e tem boa vontade, mas não dispõe de meios para solucionar o problema.

EMERGÊNCIA

O coro quase uníssono dos políticos de Roraima, de parlamentares e do próprio governador do estado, parece ter provocado uma reação, mesmo que tímida do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT). Uma empresa foi acionada e já começou a jogar pedras – conhecidas como “rachões”-, nos maiores buracos existentes na BR-174, no trecho da reserva indígena Wamiri-Atroari. Ali, pelo menos, está afastado o risco de interdição do tráfego.   

AUDIÊNCIA

E por falar em audiência, o deputado Renato Silva (Pros), propôs convocar a superintendente em Roraima do DNIT, Arlene Campos, para prestar informações justamente sobre BR-174, mas foi alertado pelo presidente da Assembleia, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), de que, por ser um órgão federal, seria possível, no máximo, convidá-la a comparecer à Casa. O pedido foi aprovado para o próximo dia 14.

SETOR PRIMÁRIO 1

Os deputados aprovaram, também por unanimidade, requerimento de autoria do presidente da Casa, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), para debater, no próximo dia 23, uma quinta-feira, os planos de trabalho da Secretaria Estadual de Agricultura, Desenvolvimento e Inovação (SEADI) e do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (IATER), para a agricultura familiar indígena e não-indígena no decorrer deste ano.

SETOR PRIMÁRIO 2

Conforme o autor, a ideia é que os gestores das pastas informem em quais ações e municípios os respectivos orçamentos serão investidos em 2003, especialmente, conforme o documento, “em razão do significativo volume de recursos alocados na Lei Orçamentária Anual”. A ideia faz sentido, afinal os deputados fizeram uma aposta antecipada ao dotarem os dois órgãos de alentados aumentos em seus respectivos orçamentos, mesmo antes de conheceram o tamanho efetivo dos serviços a serem prestados, especialmente aos pequenos agricultores.

COMISSÕES

Foi publicada em Diário Oficial a composição das 22 comissões permanentes da Assembleia Legislativa de Roraima, depois, é claro, de várias reuniões para os parlamentares chegarem a um denominador comum. As mais disputadas, como sempre, foram a de Orçamento, Fiscalização Financeira, Tributação e Controle, que tem como presidente a deputada Catarina Guerra (União Brasil), e a de Constituição, Justiça e Redação Final, que ficou com o novato Marcos Jorge (Republicanos) à frente.

YANOMAMI 1

Nesta quarta-feira, a comissão temporária do Senado Federal responsável por acompanhar a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami deve votar seu plano de trabalho. De novo, só a inclusão de três novos membros, por determinação do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG).  São eles: Zenaide Maia (PSD-RN), Leila Barros (PDT-DF), ambas da base governista, e Marcos Pontes (PL-SP). O objetivo da decisão de Pacheco foi sem dúvida diminuir a força dos três senadores que representam Roraima.

YANOMAMI 2

A movimentação do Governo Lula para que a participação dos três senadores de Roraima – Chico Rodrigues (PSB), Hiran Gonçalves (PP) e Mecias de Jesus (Republicanos)-, todos publicamente com discursos pró-garimpo, fosse vetada, parece não ter surtido efeito. Por outro lado, conforme analistas políticos, a nova formação teria garantido maior equilíbrio em favor do discurso indigenista.

OPINIÃO

E ontem, ao fazer um discurso defendendo a realização de concurso público para técnicos do setor agrícola, a deputada Aurelina Medeiros (PP) deu sua opinião sobre a gestão da crise humanitária dos Yanomami, e afirmou que “não adianta jogar cestas básicas de cima do avião para os indígenas”, como forma de resolver o problema. De acordo com ela, a ação foi feita há um mês e meio, e não atingiu o objetivo. Está registrado!

SEM LIMITES

E os ministros do governo de Lula da Silva (PT) têm razões de sobras para dizer que sabem homenagear as mulheres, pelo menos quando se trata de homenagear as próprias esposas e companheiras. Aline Peixoto (mulher de Rui Costa – ministro-chefe da Casa Civil e ex-governador da Bahia); Rejane Dias (mulher de Welligton Dias – ministro do Desenvolvimento Social e ex-governador do Piauí); Renata Calheiros (mulher de Renan Filho – ministro dos Transportes e ex-governador de Alagoas); e Marília Góes (mulher de Waldez Góes e ex-governador do Amapá) foram ungidas a conselheiras vitalícias dos tribunais de contas daqueles respectivos estados.