O reflexo da crise que atinge a economia do Brasil já pode ser vista em Roraima por meio dos números de demissões no comércio, apresentados pelo presidente do Sindicato dos Comerciários do Estado de Roraima (Sinteco), José Sipaúba da Silva. Segundo ele, pelo menos dez funcionários procuram a sede da entidade todos os dias para dar baixa na Carteira de Trabalho e reverem cálculos trabalhistas. Isso representa uma media 300 demissões ao mês no setor comerciário do Estado.
“A crise já chegou com força no comércio de Roraima e podemos afirmar que as demissões este ano estão cerca de 15% acima do que neste mesmo período do ano passado”, disse. Segundo ele, os setores que mais sentiram o reflexo são os de vestiário, calçados e de veículos. “Já os comerciantes de alimentos, como supermercados e panificadoras, mantêm-se estáveis. Nestes segmentos também existem demissões, mas estão contratando e mantêm o equilíbrio, pelo menos por enquanto”.
Diante do cenário, a previsão do sindicalista é de um fim de ano difícil para o comércio e sem previsão de melhorias no setor. Ele afirmou que dificilmente haverá contratação temporária no período que antecede Natal e Ano Novo, como acontece tradicionalmente no período. “Não existem vagas para empregos temporários, ninguém está contratando e nem anunciando contratação”, disse.
“Nas reuniões que participamos com os lojistas, a conversa é a mesma, que a crise chegou, que vão tentar manter os atuais trabalhadores e não haverá contratação de temporários. O que prejudica a economia, já que parte destes temporários é contratada e permanecem na empresa no ano seguinte, o que não vai acontecer este ano”, frisou.
Por outro lado, o sindicalista falou da vinda de uma grande empresa de supermercado que deve abrir 250 postos de trabalho ainda este ano. “Quando estas grandes empresas vêm abrir filiais no Estado, elas sempre procuram o sindicato e nós as orientamos sobre o nosso salário base, que é hoje de R$ 808,00 para a categoria. Sempre mantemos uma média de R$ 120,00 acima do mínimo nacional”, disse. (R.R)