A semana começa cercada de expectativas no campo político e econômico no Brasil. Cancelada a viagem que faria à China, o presidente Lula da Silva (PT) deve autorizar a divulgação, enfim, do novo arcabouço fiscal dos gastos públicos do governo federal, que já foi objeto de reunião com os principais ministros de sua equipe; e mesmo com lideranças políticas incluindo os presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Dizem que o governo petista evitou publicar o texto desse arcabouço por pura pinimba com Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que desejava conhece-lo antes da reunião da semana passada na qual decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano.

A expectativa também é grande no campo político por conta da volta ao Brasil desde Orlando (EUA) do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Waldemar da Costa Neto, que preside o partido, confirmou a chegada de Bolsonaro para a próxima quinta-feira (30.03). Muitos bolsonaristas, ou até mesmo os que se opõem ao governo petista estão otimistas com a possibilidade do ex-presidente passar a comandar, de fato, a oposição. Será?          

MUDANÇAS

Essa semana deve ser de ajustes no primeiro e segundo escalão do Governo. Editores da Coluna receberam a informação de que é fato que o governador Antonio Denárium (PP) discute essas mudanças, com o objetivo de dinamizar algumas ações estratégicas previstas para esse ano e também acomodar algumas pessoas. No foco das atenções estariam Educação e Saúde, mas também tem troca prevista em outras pastas. As mesmas fontes dizem que o total de troca no comando do primeiro escalão do governo pode chegar a 10.

CULTURA 1

Um dos atuais diretores da Secretaria Estadual de Cultura (SEC), Enos Faustino, seria o nome indicado pelo casal Shéridan e Duda Ramos para assumir o comando na pasta, no lugar de Shérisson Oliveira, que pediu exoneração na semana passada, depois de ter divulgada uma denúncia por violência doméstica. 

CULTURA 2

Apesar da notícia de que movimentos culturais estão se mobilizando em torno da indicação de um nome de consenso, ecoam informações de que o ex-deputado federal Renato Queiroz, está articulando apoio de alguns artistas para ser indicado ao cargo. É muito comum que a comunidade ligada à cultura seja mobilizada para indicar um nome afinada com ela, mas dificilmente consegue êxito.

AMAJARI

Na semana passada demos cá na Coluna informação sobre um movimento para lançamento de um novo nome para disputar a prefeitura do município de Amajari no ano que vem. Ontem, recebemos imagem de uma reunião em forma de café da manhã em uma pousada no Tepequém, com a participação de nada mais, nada menos, que seis deputados estaduais, que estariam, segundo as fontes, referendando a empreitada.

LICENÇAS

Fontes da Coluna garantem que no processo de investigação federal sobre garimpagem ilegal em Roraima, constam documentos emitidos pela Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) autorizando a lavra de cassiterita no leito do rio Catrimani, em Caracaraí, e desmatamento na região de divisa da Terra Yanomami, onde supostamente foram encontrados indícios de apoio logístico a garimpeiros.

CARTA DE RORAIMA 1

O programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, de ontem, 26, recebeu as lideranças de movimentos populares Fábio Almeida e Carlos Calheiros, para esmiuçar pontos da “Carta de Roraima”, um documento produzido após um fórum regional, como uma espécie de reação às ações adotadas pelos governos federal, estadual e municipais, e que contradizem as reais necessidades da população do nosso estado.

CARTA DE RORAIMA 2

Os dois explicaram que do total de 33 tópicos apontados pelo governo de transição após a vitória de Lula da Silva (PT) como prioridades para o Brasil, as lideranças de oito entidades populares, um partido político – no caso o PV-, representantes de instituições de ensino superior e profissionais liberais, como advogados, contadores e economistas, produziram uma Carta com nove itens, constando as principais dificuldades de Roraima, com destaque para desenvolvimento regional, infraestrutura, saúde e educação.

REPÚDIO

Tanto Fábio Almeida quanto Carlos Calheiros repudiaram a fala do deputado Gabriel Picanço (Republicanos), na tribuna da Assembleia, na semana passada, sobre a suposta invasão de terras na região da Serra da Lua, segundo ele, capitaneada por Organização Não-Governamental. Conforme os entrevistados é preciso rejeitar discursos de ódio e convidar as entidades para discutir políticas públicas de inclusão social desses segmentos. Fábio Almeida, que é filiado ao PSOL, diz que o governo estadual não reservou áreas para assentamentos ainda necessários para a reforma agrária.  

SISTEMA PRISIONAL 1

O Agenda da Semana ainda o secretário Estadual de Justiça e Cidadania, André Fernandes, que tratou de denúncias repercutidas pela imprensa e redes sociais, acerca de possíveis situações de violência no sistema penitenciário de Roraima. Por dever de Justiça, o apresentador relembrou a situação de anos atrás, quando o sistema penitenciário era notícia nacional por ser dominado por facções criminosas.

SISTEMA PRISIONAL 2

O secretário admitiu que no início do atual Governo haviam setores em que o Estado não podia entrar e quem mandava eram os presos. André Fernandes disse que o Bope tinha que ir três vezes por dia para entregar as refeições que, às vezes, chegavam a ser vendidas por líderes de alas para presos, visitantes eram coagidos, e não havia portas nas celas. Ele também anunciou a construção de uma nova ala na Penitenciária Agrícola.

INCLUSÃO

André Fernandes fez um resumo sobre algumas práticas de remissão de pena e reinserção de reeducandos implementadas em sua gestão, e que, juntas, têm reduzido o índice de reincidência que antes era de quase 60% para 33%. Ele mencionou o

Projeto Renascer, que envolve cerca de 300 internos, ou seja, em torno de 10% da população carcerária do Estado, e que envolve uma série de atividades de geração de renda para as famílias.

IMPEACHMENT

O tema impeachment voltou a ser notícia em nível nacional, com a apresentação pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na semana passada, de um projeto de lei sugerindo um novo rito para esses processos. Entre as novidades, está o prazo para o presidente da Câmara Federal decidir se aceita denúncia por crime de responsabilidade contra o presidente da República. O texto ainda será distribuído para as comissões da Casa.