Opinião

Opiniao 15602

Obesidade e doenças cardíacas: devemos olhar com atenção para este tema

* Por Rafaela Penalva

 

No início de março, dia 4, comemorou-se o Dia Mundial da Obesidade. O objetivo desta data é identificar a percepção das pessoas sobre esta patologia que está associada intimamente às doenças do coração. 

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, atualmente mais da metade dos adultos apresenta excesso de peso, com prevalência maior no sexo feminino. Segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2022, elaborado pela Federação Mundial da Obesidade, estima-se que 30% dos brasileiros serão obesos até 2030. Este é um dado que merece a nossa atenção. 

A obesidade ainda é uma patologia pouco diagnosticada e sem um tratamento completo – além de ser uma doença crônica. As principais causas incluem fatores genéticos, ambientais, psicológicos, culturais e sociais, alterações do metabolismo, sedentarismo e hábitos alimentares. 

Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro mais utilizado é o índice de massa corpórea (IMC). Para chegar a esse número, divide-se o peso do paciente pela altura elevada ao quadrado (peso / altura2). Se o resultado dessa fórmula ficar entre 18,5 e 24,9 kg/m2, o peso é considerado normal. Entre 25,0 e 29,9 kg/m2, é situação de sobrepeso. Acima deste valor, a pessoa é considerada portadora de obesidade, isso tudo segundo métrica padrão utilizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Considerando a atual expectativa de vida do brasileiro, 80 anos para mulheres e 73 para homens, o IMC é um indicativo importante. Se, aos 70 anos, o IMC for normal, há 80% de chances de a pessoa atingir essa expectativa média, se não passar dela. Já se o IMC ficar entre 35-40, esse índice cai para 60%, o que nos dá mais um alerta de cuidado com a obesidade. 

É importante frisar que a obesidade é fator de risco para doenças cardiovasculares, que são as que atualmente possuem maior mortalidade no Brasil e no mundo, como a aterosclerose, hipertensão arterial, doenças coronárias e insuficiência cardíaca, além do acidente vascular encefálico. 

Com o objetivo de motivar as pessoas a tratar a obesidade, existe um grupo de profissionais de saúde que formam uma equipe multidisciplinar com olhar cuidadoso: cardiologistas, endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. Todos esses especialistas podem ajudar a pessoa que sofre de obesidade a mudar o estilo de vida, o que poderá contribuir para a perda de peso. Atualmente, novos medicamentos também auxiliam neste tratamento. Em outros casos, a cirurgia bariátrica é a melhor alternativa. Porém, isso depende de uma avaliação médica acurada e multidisciplinar para que o procedimento funcione e atenda ao propósito.  

A obesidade é um problema sério e nós, profissionais da saúde, juntamente com a sociedade, precisamos combater essa doença se quisermos mudar as estimativas. Cuide-se e não tenha receio em procurar um médico que possa ajudar você nessa jornada, porque ela não é fácil, mas os resultados serão os melhores. Sua saúde agradece! 

 

* Rafaela Penalva é cardiologista, PhD em Ciências e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa 

 Distrofia Muscular de Duchenne/DMD

Marlene de Andrade

 

“No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo” (Jõão: 16:33) 

 

A distrofia muscular de Duchenne só ocorre em pessoas do sexo masculino e faz parte de um grupo doenças caracterizada por fraqueza e atrofia muscular. Ela é desencadeada pela ausência ou formação inadequada de proteínas essenciais para o funcionamento fisiológico das células musculares, enfraquecendo progressivamente a musculatura e assim ela acaba levando o paciente a um quadro bastante arriscado, o qual pode comprometer também sua saúde e
mocional. 
A causa dessa doença é genética e é sempre a mãe que a transmite ao filho.   

Os pais não percebem que menino nasceu com essa doença, porém à medida que o bebê vai crescendo as evidências se tornam claras, pois a distrofia muscular de Duchenne proporciona: fraqueza; quedas constantes; dificuldade para ficar de pé; andar oscilante; panturrilhas (batata da perna) aumentadas de volume. Também pode ocorrer comprometimento da musculatura do coração; dificuldade de aprendizagem e para engolir os alimentos; escoliose; fadiga e, entre outros, distúrbios do sistema respiratório. Uma particularidade que chama muito a atenção é que o bebé engatinha com a barriga encostada no chão. 

Infelizmente, a distrofia muscular de Duchenne não tem cura e o tratamento desse distúrbio deve ser realizado precocemente para garantir uma vida de melhor qualidade ao paciente. Essa enfermidade pode levar o menino à morte e por isso é essencial buscar ajuda de uma equipe multidisciplinar de saúde para tratar e acompanhar o paciente para que ele possa viver de forma mais saudável. 

Os meninos acometidos por essa distrofia vivem com muita dificuldade e não conseguem andar sem ajuda e, por isso, na maioria das vezes, eles terão que usar cadeiras de rodas, porém quando eles são diagnosticados, precocemente, conseguem até fazer faculdade e trabalhar, mas precisam ser assistidos por uma equipe de saúde com bastante prática no tratamento dessa enfermidade, pois sempre terão muitos obstáculos. Assim sendo, eles precisam ser tratados com muito amor e compreensão.   

Para que o filho tenha uma melhor qualidade de vida se faz necessário que os pais tenham muita calma e enfrentem a enfermidade dele com resignação, pois  ele precisa estar inserido num contexto familiar de forma tranquila. Evidentemente, que é muito difícil enfrentar essa doença, a qual é crônica e muito penosa, mas fazer o quê? Os pais precisarão encarar essa realidade aprendendo a viver um dia de cada vez, sem se lamentar, buscando ter uma atitude sempre bondosa e empática para com o filho.  

 

Médica formada pela UFF 

Título em Medicina do Trabalho/ANANT 

Perita em Tráfego/ABRAMET 

Perita em Perícias Médicas/Fundação UNIMED 

Especialização em Educação em Saúde Pública/UNAERP 

Técnica de Segurança do Trabalho/SENAI-IEL 

CRM-RR 339 RQE 341 

Seja o que não é, sendo o que é

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. (Victor Hugo)

Quantas amizades já perdemos por desconhecimento do que somos. A vida deve mudar todos os dias em todos os momentos, mas a vida e não nós. Passamos o dia trabalhando para melhorar a vida, para que sejamos melhores. A dificuldade está em saber o que é ser melhor. É quando não entendemos que devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos. Quando melhoramos nossas vidas, melhoramos a vida das outras pessoas. É quando lhes transmitimos o recurso da sabedoria. Porque só mudamos porque aprendemos a viver a vida. E o mais importante é transmitir o conhecimento.

Só quando mudamos, crescemos. O que indica que a mudança é a riqueza de espírito. E não há espírito rico sem o poder de transmitir a riqueza para o próximo. Tarefa simples e dificilmente entendida. Sua riqueza não está no seu poder mantido pela sua riqueza material. Só os realmente tolos se curvam diante da vaidade. E a riqueza não está na vaidade, mas na simplicidade. O que indica que devemos caminhar pelas veredas mais racionais. E estas estão em todos os seres humanos. A dificuldade é entender que somos todos iguais. E que por isso somos todos iguais nas diferenças.

Procure mudar, todos os dias, sem a preocupação de ser diferente. Porque devemos ser sempre o que somos, porque somos todos da mesma origem e com os mesmos recursos para sermos diferentes, sem mudar. É nossa mente que nos dirige para onde queremos ir, desde que saibamos realmente o que queremos e onde queremos chegar. E só o conseguiremos quando nos conscientizarmos do poder que temos em nossas mentes. São nossos pensamentos que nos levam ao destino que escolhemos. Nunca se deixe influenciar pelos que dizem que podem dirigir sua vida. Os que dizem o que você deve fazer para merecer.

Nada é
tão difícil que não possa ser resolvido. É só você não complicar e ir em frente, na certeza de que vai atingir a meta. O importante é saber escolher a meta, dentro da racionalidade. Porque sabemos que somos todos da mesma origem racional. O que nos alerta para que sejamos racionais na escolha do que queremos. Uma escolha errada nos mantém sempre no mesmo patamar em que nos encontramos. E é por isso que não evoluímos na nossa caminhada para a racionalidade. E ser racional é conhecer a si próprio, no dever de evoluir sendo o que não é, sem deixar de ser o que é. Seja sempre o que você é, respeitando o próximo como ele é. São as diferenças que fazem a diferença. E não conseguiremos mudar o rumo da humanidade sem sermos realmente humanos. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460