Opinião

Opiniao 15632

RESPIRAÇÃO, SAÚDE E YOGA

Rafael Parente Ferreira Dias

Professor de Filosofia da UERR

Mayco Silva dos Santos

Discente de Medicina da UFRR

Na Índia, a filosofia milenar do Yoga defende a relação intrínseca entre a mente humana, saúde física e os ritmos respiratórios. Uma pessoa, por exemplo, quando está dominada pela raiva, respira de forma mais acelerada e superficial, ao contrário, nos períodos de tranquilidade a respiração tende a ser mais suave e profunda. Por essa razão, o misticismo indiano sempre utilizou a respiração como ponte para os estados meditativos superiores.  

De posse destas constatações, os praticantes de yoga começaram a praticar pranayama (palavra sânscrita que significa “controle da respiração”). Trata-se de uma técnica que busca utilizar toda a capacidade pulmonar, tornando as nossas inalações e exalações mais conscientes e profundas. De fato, ao inalarmos profundamente garantimos que uma quantidade maior de oxigênio seja distribuída na corrente sanguínea, substituindo as células e tecidos gastos por substancias ricas em vitalidade, uma vez que receberam maior oxigenação.

A expiração deve ser igualmente prolongada a fim de permitir que as impurezas sejam destruídas e eliminadas juntamente com gás carbônico. Desta forma, percebemos que a respiração yóguica (profunda e lenta) oxigena mais o sangue, tornando a absorção de nutrientes e vitaminas mais fácil e eficiente; o organismo se fortalece contra a ação de vírus, bactérias e outras possíveis enfermidades.

Além de beneficiar o corpo, as práticas yóguicas, ao estabilizarem o processo respiratório, alcançam um aprofundamento da concentração; a consciência experimenta uma sensação de leveza e felicidade, juntamente com sentimentos de força interior e estabilidade. O pensar compulsivo perde força, a mente torna-se quieta, unificada e o corpo torna-se um dócil instrumento para a prática meditativa. A harmonia entre mente e corpo é o resultado esperado como fruto maduro dessas práticas milenares.

A ciência moderna, pouco a pouco, está confirmando as teorias ancestrais do yoga. Na Universidade Stanford, nos Estados Unidos, pesquisadores descobriram que um pequeno grupo de neurônios é capaz de responder positivamente à respiração, enviando sinais ao cérebro, de modo a regular os estados de excitação e tranquilidade. Os resultados fornecem evidências de que a respiração lenta acalma a mente e harmoniza o organismo.  

Em outra pesquisa, realizada pela Associação Canadense de Saúde Mental, constatou-se que respirar bem e profundamente faz o corpo liberar a endorfina, substância neural mais conhecida como “hormônio da alegria”, que tem uma potente ação analgésica, além de proporcionar a sensação de bem-estar.

Como podemos perceber, a relação entre respiração, saúde e estados mentais não é somente uma tese atrelada aos antigos sábios da Índia, nossos cientistas estão chegando às mesmas conclusões através dos avanços tecnológicos. A conclusão desses estudos é bem simples: a respiração lenta e profunda proporciona maior bem-estar físico e mental. Ao contrário, a respiração curta e superficial inibe o funcionamento de muitas células pulmonares, ocasionando um acúmulo maior de toxinas no corpo, comprometendo todo o sistema na proporção em que se dá a falta de oxigenação. Ademais, sempre que estivemos com um ritmo respiratório rápido e superficial é sinal de que estamos mais propensos a experimentar estados mentais aflitivos, os quais causam consequências indesejadas em nosso organismo.

Talvez seja o momento de refletirmos com mais seriedade sobre este conhecimento. Não negamos que seja necessário disciplina e compromisso para atingir um mínimo domínio respiratório, porém, diante dos benefícios físicos e mentais apresentados, a tentativa de reeducar a respiração parece muito válida e estimulante.

O importante é mudar sempre

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Bendita crise que vai me ensinar o que é verdadeiramente importante”. (Mirna Grzich)

Nada mais valioso, hoje, do que um “Bom-dia” carinhoso. Que é o que estou enviando para você, inspirado na beleza da manhã deste dia maravilhoso. Vamos procurar viver a vida como um presente divino. Não desperdice seu tempo se martirizando com os maus acontecimentos causados pela crise que está saindo de mansinho. Vamos esquecê-la. São coisas que acontecem para nos mostrar o caminho que devemos tornar simples veredas. É isso aí, e fim de papo. Vamos viver o dia, hoje, como preparativo para o amanhã.

Cada um de nós tem o poder de fazer sempre o melhor para melhorar o que já é bom. Porque nada é perfeito neste mundo em transformação. E como fazemos parte deste mundo, ainda em constante transformação, devemos nos reconhecer como elementos em constante transformação. Ainda somos seres humanos. O que nos dá a responsabilidade de mudar a cada instante. Sabemos que nunca alcançaremos a perfeição enquanto estiver sobre esta Terra em mudanças.

Vamos viver o dia, hoje, fazendo o melhor para um dia melhor amanhã. E cada um de nós tem o poder de fazer isso. Como você está se preparando para a eleição que se aproxima? E nada de briguinhas comadrescas. Chega de vulgaridade. Vamos nos preparar em nós mesmos. E só conseguiremos isso nos respeitando como merecedores do que somos. O que estamos ouvindo de mediocridades nas primeiras entrevistas com candidatos à Presidência, é estarrecedor. V
amos abrir nossos olhos o suficiente para enxergarmos o caminho que precisamos para chegar onde merecemos chegar.

Cuidado com a educação que você está dando a seus filhos. E nada de querer guiá-los, de acordo com os seus pensamentos. O importante é que você esteja mirando no horizonte do futuro. Que mundo queremos para nossos filhos e que mundo podemos e devemos lhes dar. Nada de influenciar, apenas orientar. Cada um de nós já nasce no seu nível de crescimento racional. O que necessitamos é de orientação para o mundo em que iremos crescer humana e racionalmente. E só conseguiremos isso com amor, respeito e sinceridade.

Vamos viver nosso dia com atenção a nós mesmo, na responsabilidade que temos para construir o mundo em que vivemos. Nada de arrufos. No amor não há exageros. Quando amamos sabemos o que queremos. E quando sabemos buscamos. E como os caminhos estão sempre abertos, escolhamos o nosso e vamos em frente. E o importante é que saibamos o que queremos de melhor para a humanidade. E você pode, mas só se achar que pode. Não podemos construir com os tijolos das dúvidas. Pense nisso.

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