O preocupante cenário da imigração em massa e a fila do peixe como chamariz
Jessé Souza*
A semana que se passou foi marcada por alguns vídeos gravados na fronteira com a Venezuela, no Município de Pacaraima, Norte do Estado, e nas imediações da Rodoviária Internacional de Boa Vista e da sede da Polícia Federal, na Capital, os quais mostram que o movimento da migração em massa de venezuelanos tem se intensificado nas últimas semanas.
Outro cenário preocupante é observado no comércio boa-vistense, onde aumentou o número de venezuelanos pedindo esmola, principalmente em lanchonetes e restaurantes. Em vários casos, esses imigrantes estão acompanhados de crianças, as quais acabam sendo usadas como forma de sensibilizar as pessoas a darem dinheiro, principalmente. Nos semáforos a cena se repete em alguns pontos da cidade.
O número de estrangeiros acampados no entorno da Rodoviária e na frente de lojas naquele setor da cidade também aumentou expressivamente, cujo cenário pode ser observado melhor à noite, quando famílias inteiras montam acampamento para se abrigar, surgindo um aglomerado de sem-tetos que não conseguem vaga nos abrigos da Operação Acolhida, os quais se tornaram insuficientes para atender o novo pico do movimento migratório.
O que mais preocupa é que o assunto não ganha eco entre as autoridades, as quais fingem que o problema não diz respeito a elas, principalmente parlamentares federais. Se nada for feito, a tendência será a instalação de um caos em Boa Vista, com colapso principalmente na saúde pública, onde o atendimento ao público já está superlotado, e o início de uma nova favelização dos espaços públicos.
É necessário que as autoridades busquem informações sobre a Operação Acolhida, sob responsabilidade do Exército, a fim de saber a respeito do acolhimento de venezuelanos, estatísticas, a política de interiorização e da estrutura dos abrigos. Porque há um grande silêncio a respeito do assunto, o que deixa a impressão de que existe uma panela de pressão preste a explodir a qualquer momento.
É necessário que as autoridades estaduais cobrem do Governo Federal uma política mais efetiva sobre a imigração para que o Estado não entre em colapso nos setores essenciais. E que o Governo do Estado pare de colocar pessoas pobres na fila do peixe, pois ações como essa apenas incentivam que mais imigrantes decidam vir em busca do assistencialismo fácil. Estão criando mais problemas do que já temos. É hora de buscar soluções.
*Colunista