Opinião

Opiniao 15767

Combate ao bullying e à violência na escola

*Carla Lyra Jubilut

Recentemente, os episódios de ataques e agressividade em colégios vêm alertando a urgência em se debater sobre bullying e violência na comunidade escolar. É considerado bullying qualquer perseguição, agressão e/ou violência, seja física, verbal ou psicológica, realizada com frequência. Casos pontuais, ou seja, que foram realizados apenas uma vez, apesar de graves, não são classificados como bullying por não apresentarem uma recorrência.

No final de março, um relatório da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) apontou que 48% dos estudantes e 19% dos professores das escolas públicas do Estado de São Paulo afirmam ter sofrido algum tipo de violência. Um número muito alto como este reforça a necessidade de se tratar e combater as causas para que o ambiente escolar consiga inibir a prática. 

Quando acontece uma situação de bullying na escola, é preciso reconhecer a raiz da situação. Aproximar as famílias dos envolvidos e dialogar com os alunos contribui para criação de um espaço aberto e acolhedor. Os estudantes se sentem confortáveis e protegidos ao buscarem ajuda, criando por sua vez uma relação de confiança e acolhimento, algo que é fundamental para atender estudantes que precisam de um espaço de escuta atenta e ativa.

Com a intenção de prevenir o bullying no ambiente escolar, a conduta é trazer esse assunto e notícias relacionadas em todos os ciclos de ensino. Nos anos iniciais do Fundamental, por exemplo, pode-se debater sobre o que é; já nos anos finais, deixar os estudantes terem acesso a notícias ligadas ao tema e promover rodas de conversas entre eles. No Ensino Médio, a sugestão é estimular debates nas aulas e compartilhar com os adolescentes todas as consequências, tanto para quem causa, quanto para a vítima. Para além dos muros da escola, convidar e aproximar as famílias e os responsáveis por meio de debates e esclarecimento de situações também é válido. Vale lembrar que, para muitas pessoas, ainda é preciso ensinar o que é e como configura o bullying. 

Portanto, se alguma prática for identificada dentro da escola, a conversa tem que ser aberta imediatamente às famílias dos envolvidos para que o gatilho e os motivos que levaram o estudante a tomar determinada atitude seja revelada e logo tratada. Há situações em que se pode consultar especialistas, se for preciso, para solucionar os casos mais complexos. A correção do agressor deve ser feita com educação e as medidas de prevenção passam por ações que buscam manter um ambiente respeitoso, que começam por sua vez com a criação de uma cultura de comunicação não-violenta. O caminho para isso é ensinar sobre diversidade, respeito e principalmente ser uma comunidade escolar inclusiva.

*Carla Lyra Jubilut é Arte-educadora, Comunicadora Social e Pedagoga.

Especialista em Metodologias Ativas e Psicopedagogia pelo Instituto Singularidades, Coordenadora Pedagógica na Escola Luminova Vila Prudente,  no Ensino Fundamental I, 6ºs e 7ºs anos, e  Advocate e Mentora do Global Schools Program – First Cohort – um programa da Unesco que defende a implementação dos ODS na comunidade escolar.

Elimine a maldade, com a moral

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Há uma coisa muito mais forte que o capricho das crueldades políticas: é a opinião pública de uma nação livre, próspera, feliz, moralizada”. (Rui Barbosa)

E tudo se resume na educação. Enquanto não formos um povo educado, viveremos à mercê do descontrole na educação. Vamos refletir, pelo menos um pouco, sobre o maior problema que o ser humano enfrente: a falta de educação. Sabemos o quanto é importante cuidarmos das escolas, mas o mais importante é aprimorar o ensino para que ele traga educação. O que não acontece, e não damos importância. Faz muito tempo que falei sobre o mau comportamento dos alunos nas escolas. E as crianças com comportamento negativo nas escolas é porque não foram educadas no lar. Simples pra dedéu.

Vamos acordar para a nossa responsabilidade na educação dos nossos filhos. Não nos esqueçamos de que somos nós, pais e mães, responsáveis pelos nossos filhos. E nenhum professor, nas escolas, por mais preparado que seja, tem o poder que nós pais temos, de analisar o comportamento da criança, dentro da racionalidade. Só quando conhecemos o comportamento de cada um dos nossos filhos, podemos educá-lo no que ele é. Já falei pra você, várias vezes, sobre aquela frase que li na capa do meu caderno quando eu era ainda criança, na minha escola: “A educação é como a plaina: aperfeiçoa a obra, mas não melhora a madeira”.

Às vezes devemos ser mais cautelosos na educação do nosso filho, quando percebemos a diferença do seu comportamento, em relação ao dos outros. E só os pais têm esse poder como dever. Na realidade não faz parte do trabalho da escola. Então vamos parar de espernear, botar a culpa na política ou em quem quer que seja, sobre o descontrole assustador no comportamento humano, que está progredindo, sobretudo na adolescência. O que indica que devemos nos educar para educar. E a responsabilidade é parte do desenvolvimento racional. Vamos parar de pôr a culpa nos outros e ver onde estamos errando na acomodação.

É cômodo, tanto quanto irresponsável, ficar pondo a culpa nas pessoas, pelos nossos próprios erros. Vamos prestar mais atenção em como devemos criar nossos filhos para a era que eles estão formando para os futuros descendentes deles.
Não vamos ficar esperando que as coisas melhorem. Vamos fazer nossa parte como ela deve ser feita, para a formação do mundo dos nossos filhos. E o mundo deles está no futuro. E a responsabilidade está em nós, pais, para formar nossos filhos para que eles se orgulhem, no futuro, dos pais que tiveram. Não deixe se levar pela ilusão na diferença no comportamento das crianças atuais. Pense nisso.

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