Opinião

Opiniao 15812

Cultura e Memória não são luxos, são artigos de primeira necessidade

André Augusto da Fonseca*

Neste feriado de Primeiro de Maio de 2023, o Museu Integrado de Roraima (MIRR), único museu em todo o estado de Roraima, foi completamente demolido, arrasado, no parque Anauá.

Fundado ainda no tempo do Território federal, na década de 1980, foi relegado ao abandono por sucessivos governos estaduais. Fechado há mais de doze anos ao público, era antes um importante centro de referência para pesquisadores(as) e estudantes, visitado pela comunidade, por escolas. Minha geração visitava esse museu, que tinha o nome de “integrado” por reunir coleções históricas, botânicas, zoológicas, etnográficas e artísticas. O Museu contava com laboratório e auditório, coleções de plantas e insetos, pois era um centro dinâmico de produção e difusão do conhecimento. A primeira revista científica de Roraima é o Boletim do Museu Integrado.

Durante todos esses anos de abandono, com cada vez menos espaço e recursos, uma reduzida e abnegada equipe manteve vivo e preservado o acervo do museu, contando com o auxílio de estagiários(as), estudantes da Universidade Estadual de Roraima. A atual diretora do Museu se desdobra para manter a instituição viva, servindo a comunidade, com exposições itinerantes e contínua luta para convencer a sociedade e os políticos de Roraima a reavivarem o MIRR, com uma dotação orçamentária condigna e a necessária reconstituição de um quadro funcional.

Um museu, como parte do patrimônio histórico e cultural, não é “velharia” ou mera curiosidade. Não é luxo. O antigo território, com recursos infinitamente menores que o atual estado de Roraima, conseguia manter museu, casa de cultura, biblioteca e teatro Carlos Gomes. Muitos leitores e leitoras já visitaram Manaus e perceberam o contraste com a forma como governo e prefeitura lá valorizam teatros, museus, centros e programas culturais permanentes.

Um museu (ainda mais o MIRR, que integra produção e divulgação científica em diversas áreas) articula passado, presente e futuro. Todo e qualquer ser humano, letrado ou iletrado, em qualquer época ou sociedade, orienta suas ações no presente pelas representações que faz do passado e das experiências individuais e coletivas e em função das expectativas de futuro. O acervo do MIRR é patrimônio do povo roraimense e precisa de um espaço e recursos competentes para exercer sua missão. Não podemos continuar a ser o único estado do Brasil sem um único museu aberto para a população. Isso empobrece radicalmente a educação pública, nossas escolas, a produção científica e compromete nosso futuro.

O atual governador de Roraima, em sua campanha eleitoral no ano passado, incluiu no seu programa de governo a “reconstrução do Museu Integrado de Roraima”. Também fez um gesto em direção à cultura e à memória com o início da recuperação da Casa de Cultura Madre Leotávia Zoller, na Avenida Jaime Brasil (antiga residência dos governadores do Território Federal). Também criou o Fundo de Amparo à Pesquisa de Roraima, depois de muitos anos de reivindicações da comunidade científica local. Por isso, exortamos o governador, os integrantes do Poder Legislativo e o Ministério Público a um esforço conjunto para corrigir o rumo da política de memória e patrimônio em Roraima e reabrir o Museu Integrado de Roraima. As universidades estão ansiosas para contribuir.

*André Augusto da Fonseca (ANPUH – Associação Nacional de História. Professor de História da UERR; Doutor em História Social pela UFRJ)

Observe com experiência

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Se um homem olha à sua volta de uma forma inteligente, descobrirá que sua posição no seu trabalho cotidiano é, literalmente, uma sala de aula, onde ele pode adquirir a maior de todas as formas de educação: essa que vem da observação e da experiência”. (Napoleon Hill)

É na caminhada da vida que aprendemos a ver e viver a vida. Sua caminhada diária não significa só a caminhada que você faz com suas passadas. O importante é que aprendamos a atravessar o campo minado, pisando nas pegadas dos que já o atravessaram. Que é quando você aprende realmente, na Universidade do Asfalto. E se você ainda ri com isso, pare com isso. Faça suas caminhadas, todos os dias, mesmo sem caminhar. Inicie a caminhada prestando mais atenção à importância das Relações Humanas no Trabalho e na Família. Porque sem esse relacionamento não conseguimos o sucesso. Que é quando descobrimos que o sucesso está na nossa felicidade.

Inicie uma caminhada diária com uma observação permanente. Quando caminhar pela rua não deixe de observar tudo à sua volta. Mas faça de sua observação uma lição para a vida. Que é quando não nos deixamos levar pelo que não nos interessa, e sim o que interessa para o desenvolvimento racional. E tudo que vemos em nossas observações pode ser uma contribuição para o desenvolvimento humano. Esteja sempre atento ou atenta, para a importância das relações entre as pessoas. E nunca haverá desenvolvimento enquanto não nos aperfeiçoarmos na educação. Porque a educação é o instrumento principal para o nosso crescimento racional.

Seja o que você realmente é, e você será capaz de alcançar tudo que deseja e realmente quer. E o amadurecimento nos leva a sabermos exatamente o que desejamos para sermos felizes. E tudo de que necessitamos está dentro de nós mesmos, em nossa mente. Vamos nos aprimorar mentalmente. E tudo depende, única e exclusivamente, do nosso desenvolvimento racional. E ser racional é ser equilibrado nos seus pensamentos, na convivência com sua mente. Porque é na sua mente que está toda a força de que você necessita para vencer e ser feliz. Cuidado com seus pensamentos. Nunca esqueça de que “O reino de Deus está dentro de nós”.

Seja um bom, ou boa, observador. Mas não ponha no cadinho da desordem, o bom observador com o grande crítico. São matérias diferentes. Observe e entenda, em vez de
observar e criticar. Os inteligentes sempre aprendem com os erros, tanto os seus quanto os dos outros. Senão não seríamos todos iguais nas diferenças. Seja um bom observador para aprender a viver a vida como ela deve ser vivida, para a felicidade desejada. Pense nisso.

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