Na manhã de domingo, dois homens morreram vítimas de afogamento no Município de Alto Alegre, região Centro-Oeste do Estado, em trecho de forte correnteza.
De acordo com familiares, Raimundo Nonato Campos, 53 anos, pescava com mais dois amigos numa canoa, no Rio Mucajaí, quando se depararam com corredeiras e muitas pedras. Sem o controle da embarcação, um dos homens pulou e conseguiu nadar até a margem do rio, enquanto os outros continuaram à deriva.
Pescadores que passavam por perto e avistaram a canoa alagando pediram que os dois ocupantes pulassem antes que o pior acontecesse. Um deles segurou em um carote de combustível com uma das mãos e, com a outra, um cipó, mantendo-se na superfície.
Em menos de um minuto a canoa afundou e os dois homens foram sugados pela água, mas como Raimundo estava boiando na superfície, conseguiram puxá-lo até uma pedra e perceberam que ele tinha se ferido gravemente, com lesões na cabeça e nas costelas. “Ele tinha se afogado. Bebeu muita água. Disse para mim que iria morrer e, infelizmente, não demorou muito. Ele morreu em cima de uma pedra minutos depois de ser resgatado”, comentou o amigo.
O corpo do companheiro de Raimundo Nonato que afundou junto com a canoa, ainda não foi encontrado e o Instituto de Medicina Legal (IML) não tem dados sobre a segunda vítima.
FAMÍLIA – Um dos pescadores decidiu procurar a família para dar a notícia da morte de Raimundo Nonato. “Soubemos por volta das 16h, quando me avisaram em casa e disseram que havia muito urubu e outros animais que poderiam se aproveitar do corpo sozinho, em cima de uma pedra. Fiquei desesperada, por isso fui atrás, mas não encontrei, porque os amigos dele trouxeram para o IML”, narrou a esposa Luciene Alves.
“Quando fomos atrás, ninguém dava informação. Não encontramos nada e chegamos às 04h30. Eles trouxeram para IML o corpo para não ficar jogado em cima das pedras. Eu não entendi como ele morreu, porque sabia nadar e mergulhar”, complementou a esposa. A filha da vítima acrescentou que também saiu à procura do pai, mas houve um desencontro pelo fato de a remoção não ter sido feita pelo rabecão e que possivelmente tenha sido realizada numa caminhonete.
A família afirmou que todas as pessoas que passam pelas águas agitadas do trecho do rio, onde aconteceu o acidente, têm receio de pescar e se deslocar por entre as pedras na correnteza forte. “Meu pai dizia que tinha medo de pescar naquela região, mesmo assim foi. Infelizmente, não voltou”, frisou.
(J.B)