O madeireiro Bimael Silva, de 51 anos, morreu na noite de sábado, 14, no Município de Rorainópolis, Sul de Roraima. De acordo com o laudo médico do Instituto de Medicina Legal (IML), a causa foi politraumatismo. Ele foi atropelado pelo trator florestal enquanto fazia as manobras para retirar a madeira da mata e transportá-la ao caminhão.
“Foi muito rápido, quando a gente se deu conta, ele já estava embaixo da máquina e não deu tempo de evitar. Ainda levamos para o Hospital de Rorainópolis, mas não teve jeito porque ele foi atropelado por uma das rodas”, disse.
A esposa, que compareceu ao IML para fazer o reconhecimento e liberação do corpo, disse que não teve informações exatas sobre a morte de Bimael. “O patrão dele chegou à minha casa às 06h e me deu a notícia, mas não contou mais nada, porque não deu tempo. Não disse como o trator pegou ele, se ficou internado, porque eu nem sabia que o corpo tinha ficado em Rorainópolis”, relatou a mulher.
A dona de casa disse que vivia com ele há mais de nove anos na Vicinal Itã, às margens da BR-174 sul, mas Bimael quase não parava na residência da família. “Ele trabalhava em Rorainópolis dirigindo o trator para uma madeireira, no mato. Ele passava de dois a três meses sem ir em casa e depois voltava”, disse.
A esposa também confirmou com os trabalhadores que socorreram a vítima sobre o estado do marido no momento do acidente. “O coração ainda batia. Só disseram que ele se quebrou todo, mas também não sei onde quebrou”, ressaltou.
O IML ainda não havia realizado a liberação do corpo na tarde de ontem pelo fato de que a pessoa que se apresentou como esposa não conseguiu responder aos questionamentos a respeito da vítima, nem mesmo acertou o sobrenome. Na dúvida, os funcionários do instituto aguardam a comprovação de que são casados ou que um parente mais próximo se manifeste para que o corpo seja liberado para sepultamento.
HOSPITAL – Depois de ser socorrido pelos outros madeireiros que testemunharam o atropelamento, o homem foi levado para o Hospital de Rorainópolis nas primeiras horas da noite do sábado, 14, mas ele morreu ainda no trajeto e foi colocado no necrotério da unidade hospitalar. Na tarde de domingo, o corpo chegou a Boa Vista numa caminhonete, o que causou revolta.
Um funcionário do IML afirmou que os veículos apropriados para fazer o translado dos cadáveres estavam quebrados e, por este motivo, uma caminhonete foi usada a serviço do instituto. O funcionário reforçou que o corpo veio embalado em saco plástico e numa cuba própria para transporte.
GOVERNO – Com a demanda de corpos de vítimas de acidente de trânsito, afogamento, acidentes de trabalho e homicídios no fim de semana, a demora para remoção de mortos causou revolta em parte da população, especialmente para aqueles que tiveram que esperar. O governo esclareceu que parte da frota dos veículos utilizados no transporte de corpos ao IML, conhecidos como “rabecão”, foi deixada inutilizada pela gestão anterior por falta de peças e manutenção.
Afirmou que um veículo foi reservado para atender os casos de morte. No fim de semana, para não deixar a demanda desassistida, a Secretaria Estadual de Segurança Pública cedeu ao IML um veículo para evitar que o tempo de espera para remoção se estendesse, principalmente no interior. “Paliativamente, a gestão providenciou o reparo imediato de um dos veículos, o qual já voltou a rodar nesta segunda-feira, dia 16. Os outros veículos estão em fase conserto”, destacou.
O governo afirmou ainda, que a Polícia Civil está elaborando um processo licitatório para adquirir viaturas para atender a demandas mais urgentes, entre elas a aquisição de rabecão. “A compra será feita por meio de adesão à ata de registro de preços, que é a modalidade mais rápida possível, a fim de sanar o quanto antes esta necessidade”, frisou. (J.B)
