Cotidiano

Caçadores localizam aldeia indígena depois de 16 dias perdidos na mata

Os dois homens contaram aos militares do Corpo de Bombeiros que se alimentaram de caça e pesca durante as duas semanas que ficaram perdidos

Depois de 16 dias perdidos no meio da mata, na região sul do estado, os dois caçadores de Rorainópolis, Manoel Jakson de Jesus, conhecido como Pototi, 36 anos, e Ezequias Carneiro da Silva, 20 anos, localizaram hoje (18) uma comunidade indígena, que já fica na divisa do estado de Roraima com o Amazonas, e pediram ajuda aos índios para retornar para casa.

Conforme o comandante do Corpo de Bombeiros, tenente Francisco de Assis, os dois homens foram encontrados na aldeia indígena Alalaú. Eles contaram que viram indígenas passando pelo rio do mesmo nome da aldeia e foi assim que foram identificados como os caçadores que já estavam perdidos há duas semanas.

“Como os indígenas já haviam nos auxiliado entre os dias 10 e 15 de novembro, eles passaram fonia para várias comunidades e logo que foram localizados, a liderança da região acionou o Corpo de Bombeiros para resgatar os dois homens”, explicou o tenente De Assis. Do rio Alalaú, os indígenas levaram os caçadores para o rio Jauaperí para entregar ao Corpo de Bombeiros.

O comandante informou ainda que os militares orientaram os caçadores da necessidade de passarem por uma avaliação médica, mas eles se recusaram e garantiram que estavam bem e quiseram ficar em casa. Os militares deixaram então os dois no sítio onde moram, que fica no quilômetro 35 da BR-431.

Conforme o militar, aparentemente os dois homens estavam bem. “Eles [caçadores] informaram a nossa equipe que se alimentaram durante todos os esses dias apenas de caça e peixe. Não tinham sal e comiam a carne insossa, apenas assada”, contou o tenente.

O CASO
Os dois caçadores se perderam na mata, no dia 3 de novembro. Eles contaram aos bombeiros, que no dia anterior, dia 2, feriado de Finados, tinham saído para caçar e identificaram nessa região algumas pegadas de animais e resolveram voltar no dia seguinte para continua a caça.
 
Nesse dia, quando resolveram retornar para casa já havia anoitecido, e por isso decidiram pernoitar no meio da mata. No dia seguinte, ao tentar voltar para casa descobriram que estavam perdidos e daí por diante passaram a andar durante o dia e acampar à noite durante 16 dias.

O comandante lembra que o acampamento encontrado pelos bombeiros nos primeiros dias estava a cerda de 10 quilômetros do Jundiá. O local onde foram localizados já estava na fronteira com o Amazonas. “O que nos leva a concluir, eles estavam cada vez mais entrando para mata”, comentou o tenente De Assis.

Durante essas duas semanas, o Corpo de Bombeiros mobilizou uma equipe de 11 militares da companhia e mais seis policiais da Força Tática da Polícia Militar. Além disso, 23 mateiros (homens experientes e acostumados a andar no meio da mata) e nove índios da região de Uaimiri Atroari também colaboraram com as buscas.