Polícia

Delegada geral vai solicitar auditoria sobre a reforma no IML

Corregedoria da Polícia Civil também foi acionada para apurar indícios de irregularidades

Visando obter um diagnóstico completo a respeito de tudo que foi realizado na reforma do IML (Instituto Médico Legal), executada na última gestão, a delegada geral, Haydée Magalhães informou em entrevista coletiva à Imprensa, na tarde desta quinta-feira, dia 19, que acionará a CGE (Controladoria Geral do Estado), nesta sexta-feira, dia 20.

“Temos que apurar todo o serviço realizado, visto que os problemas estruturais identificados atualmente são decorrentes da insuficiência na rede elétrica que não teve instalação adequada na época da obra”, explicou.

A decisão de auditar a reforma decorre, entre outros motivos, dos problemas causados na conservação de corpos que chegam ao IML, tendo em vista que das sete câmaras de conservação, apenas uma, com capacidade para armazenar seis corpos, estava funcionando, devido à incapacidade da rede elétrica.

No entanto, para resolver de imediato o problema, da incapacidade de recebimento de mais corpos no instituto em câmaras de conservação funcionando devidamente, a Cerr (Companhia Energética de Roraima), após requisitada, substituiu o transformador antigo de 112,5 KV por outro de 150 KV, que deverá comportar mais duas câmaras refrigeradas, até que uma nova reforma, que já está sendo projetada, seja iniciada.

“Depois da troca do transformador, serão realizados os serviços de adequação das instalações elétricas. Os trabalhos serão realizados durante todo esse fim de semana e só vão parar quando toda esta situação estiver resolvida. Queremos estas câmaras funcionando o quanto antes para atender a demanda e evitar que situações como esta voltem a ocorrer”, destacou, dando a previsão de até terça-feira, dia 24 para que as novas câmaras já estejam em funcionamento.

CORPOS

Sobre a inspeção do MPRR (Ministério Público do Estado de Roraima) e os corpos que estavam armazenados indevidamente no instituto, a delegada esclareceu que, ao contrário do que informaram alguns veículos de comunicação, de que haviam cinco ou até oito corpos no pátio do local, na verdade haviam três corpos, sendo que dois chegaram em estágio avançado decomposição na madrugada de quarta-feira, dia 18, e outro chegou no início da semana.

Os outros sacos, que estavam no mesmo ambiente, continham ossadas, encontradas em locais ermos, e não corpos como divulgado.

Diante do fato, que não havia sido comunicado de imediato à Delegacia Geral, a titular da Polícia Civil, responsável também pelo IML, delegada Haydée Magalhães, informou a Justiça o ocorrido e as providências que havia adotado de imediato, determinando sepultamento de três corpos, após retirada devida de material genético, que auxiliarão na identificação, quando necessário.

“Quanto aos outros dois, tratam-se de ossadas humanas que, apesar de estarem armazenadas de forma inadequada, não exalam odor que cause incômodo aos moradores. Porém, determinei que fossem adotadas as medidas de conservação dos mesmos”, explicou, lamentando os fatos, e informando que acionou ainda a Corregedoria da Polícia Civil, que deverá apurar a conduta dos servidores, que atuam no local, mas que não comunicaram de forma imediata a situação da quantidade de corpos que não podiam ser armazenados, para que as devidas providências fosse adotadas, o que poderia ter evitado todos os transtornos ocorridos na manhã desta quinta-feira.

“Temos que apurar especialmente a conduta de todos os servidores, em relação a este caso, tendo em vista que a falta de condições estruturais para conservação dos corpos que estavam atualmente no local, não foi informada com antecedência à Delegacia Geral. Isso é admissível a omissão do servidor em um caso desses”, declarou.

Ela afirmou ainda que tem total consciência das deficiências pelas quais o instituto passa e que medidas estão sendo tomadas para resolver isso, com projeto de reforma para os três institutos (Identificação, Criminalística e Médico Legal) em andamento.

“No entanto, todos os problemas estruturais que foram deixados por gestões anteriores e que encontramos, quando assumimos, que demandam muitos recursos e providências legais, precisam ter o devido andamento e não ocorrem sempre dentro do prazo que gostaríamos. O fato é que, se o caso tivesse sido informado antes, no momento em que o problema do não armazenamento corpos surgiu, não teríamos presenciado esta situação, pois as medidas teriam sido adotadas”, enfatizou.

Com informações da Secom-RR