Cotidiano

Apenas 6 mil pessoas cadastradas no Hemocentro fazem doação com frequência

Este ano o Hemocentro conseguiu uma adesão de mais 3 mil doadores para a unidade. No entanto, a maioria das doações são nominais

Apesar de ter um número quase na casa dos 50 mil pessoas cadastradas como doadores de sangue no Hemocentro de Roraima, apenas cerca de 6 mil fazem doação freqüentemente na unidade. O ponto animador é que só este ano, o Hemocentro recebeu 3.145 novos doadores, sendo que a maioria é homem (54,75%) .

Este ano já foram captadas mais de 10 mil doações. O banco de dados possui 48.691 doadores cadastrados, porém, esse número tem outra interpretação quando se trata dos voluntários frequentes (que doam mais de uma vez), que somam apenas 6.499 pessoas.

“A maioria das nossas doações é nominal, ou seja, a pessoa procura o Hemocentro para doar sangue para determinado paciente que se encontra em um hospital e necessita de sangue para realização de procedimento”, disse a assistente social do Setor de Captação, Rafaela Pessoa.

No dia em que se comemora o Dia Nacional do Doador de Sangue Voluntário, 25 de novembro, o Hemocentro convoca mais voluntários para aumentar as doações. Para manter o equilíbrio, a unidade precisa diariamente de 60 doações. Hoje a média varia entre 35 e 40 por dia.

“É necessário que se crie uma cultura de doação na sociedade. Temos apenas um Hemocentro e atende a todos os hospitais, público ou privado. Precisamos que a população se sensibilize e passe a doar com mais frequência”, enfatizou Rafaela.

Cada pessoa pode doar, no mínimo, 400 ml e, no máximo, 450 ml. Após a captação, o sangue passa pela divisão dos hemocomponentes, onde são separadas as plaquetas, as hemácias e os plasmas. A validade do sangue é de 30 dias e das plaquetas, quando separadas, cinco dias para serem utilizadas.

A doação dura em média 15 minutos e o doador tem direito a um dia de folga, conforme a legislação em vigor, além de outros benefícios amparados por lei. Rodrigo Freitas de Carvalho, soldado do 6º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), de 21 anos de idade, está na quarta doação de sangue do ano – o homem pode doar até quatro vezes no prazo de 12 meses, e a mulher, três vezes.

A primeira doação de Carvalho foi a partir de uma ação do quartel, mas que tornou permanente por considerar um ato de salvar vidas. “Agora venho ao Hemocentro quatro vezes no ano. Faz bem para mim e ainda posso salvar outras vidas”, disse o soldado que tem sangue tipo O+.

Segundo a assistente social Edna Felix, a cultura presente em Roraima é ter mais homens doadores, levando em consideração os militares, que geralmente vão em grupo e doam sangue. “Precisamos fidelizar nossos doadores. Hoje, registramos cerca de 80% das doações já com destinação [doação nominal] e precisamos mudar esse quadro”, disse, ao afirmar que essa situação só muda na medida que aumenta o número de novos candidatos à doação.

Um exemplo de doação nominal é da estudante Franciely Barbosa, de 22 anos de idade. Ela procurou o Hemocentro para doar sangue em nome do tio, que passará por procedimento cirúrgico. “Mas agora vou ser uma doadora voluntária frequente”, frisou.

Pela primeira vez, Lucas Pereira, estudante de 18 anos, doou sangue. Ele vem de uma família onde o pai e a mãe são doadores voluntários de sangue. “Considerando a doação de sangue um ato importante e que salva vidas, vou seguir o exemplo dos meus pais e serei um doador voluntário de sangue”, complementou.

ESTOQUE
O estoque do Hemocentro nesta terça-feira (24), era de 26 bolsas de O+ e duas de O- (doador universal). O tipo A+ tinha 56 bolsas de sangue e A-, apenas duas bolsas. O tipo B+, 12 e B-, três bolsas. O sangue AB+, somavam seis bolsas e AB-, nenhuma bolsa.

Fonte: Secom/RR