Cotidiano

Roraimenses enfrentarão temperaturas acima dos 40 °C nos próximos meses

Fenômeno El Niño será o terceiro mais intenso da história, perdendo apenas para os dos anos de 1983 e 1998

Temperaturas elevadas, poucas chuvas e volume dos rios em estado crítico. Essas são as consequências enfrentadas pelos roraimenses no terceiro maior El Niño da história, que desta vez deve se estender pelo ano de 2016. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o fenômeno deste ano só não será superado pelos de 1983 e 1998. Em Roraima, a situação é ainda mais agravante, pois o Estado enfrenta o segundo ano consecutivo de baixa precipitação.

O meteorologista da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (Femarh), Ramon Alves, destacou que o El Niño se manifesta de diferentes formas nas regiões do País. “Esse fenômeno climático consiste no aquecimento das águas do Oceano Pacífico. Ele muda o padrão de circulação da atmosfera e favorece a formação de tempestades nas regiões Sul e Sudeste. No Norte, o efeito é contrário, pois inibe a formação de nuvens de chuvas”, explicou.

As previsões de chuva nos próximos três meses para Roraima estão abaixo do padrão climatológico, que seria de 35% a 65% durante o verão. “As chuvas virão abaixo do mínimo esperado para o período. As consequências em Roraima podem ser ainda mais graves, pois o Estado vem enfrentado um período de estiagem há dois anos consecutivos. Alguns riachos e igarapés estão praticamente secos e a agricultura só se mantém se utilizar o sistema de irrigação”, disse.

Ainda segundo o especialista, as análises de dados observacionais e prognósticos de modelos numéricos do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) apontam que a situação pode perdurar no trimestre que corresponde ao mês de dezembro deste ano e janeiro e fevereiro de 2016.

“As previsões para os próximos meses em Roraima são de chuva abaixo do normal e temperaturas que ultrapassem os 40 °C, pois o El Niño continua firme em grande parte do Oceano Pacífico. Isso significa que vamos, sim, ter algumas chuvas, porém o acumulado mensal provavelmente será abaixo do normal”, destacou.

O meteorologista afirmou que o desmatamento e a agressão ao meio ambiente são responsáveis pelas mudanças. “O homem só desmata, sem uma preocupação em reflorestar o que ele destruiu. Para ajudar a reduzir os efeitos causados, são necessárias ações de combates e reposição de áreas desmatadas”, pontuou. (I.S)

Defesa Civil realiza ações para amenizar a estiagem em Roraima

Para amenizar os efeitos da estiagem no Estado, a Defesa Civil Estadual, instituição vinculada ao Corpo de Bombeiros Militar de Roraima, executa ações nos 14 municípios do interior. Somente em 2015, foram distribuídos mais de 1 milhão de litros de água potável para moradores de comunidades e vicinais.

Segundo o secretário executivo da Defesa Civil, Cleudiomar Ferreira, também foram abertas duas mil cacimbas. “Também instalamos bases nos municípios para o combate a incêndio, com a capacitação de brigadistas da própria região”, disse.

Cleudiomar Ferreira explicou ainda que a instalação de bases é fundamental para que os focos de incêndio não tomem grandes proporções. “Buscamos nos municípios produtores que possuam o perfil para atuar como brigadistas e realizamos a capacitação e a certificação para que possam nos auxiliar nesse trabalho”, afirmou. (I.S)