A semana começou com violência. Da madrugada de domingo até a manhã de segunda-feira, em menos de 24 horas, a polícia registrou quatro mortos, três deles no interior. O caso de maior repercussão foi o duplo homicídio no Município do Cantá, Centro-Leste do Estado. A polícia aponta Wellington Amazonas Silva e Almeida, vulgo “Goiano”, como principal suspeito das mortes, que ocorreram na tarde deste domingo, na Fazenda Três Irmãos, na Vicinal I, Região da Confiança III, a cerca de 90 quilômetros da sede.
As mortes foram decorrentes de uma discussão banal, motivo pelo qual Elinaldo Lima da Silva, 36 anos, vulgo “Nicodemos”, e Juvério da Costa Queiroz, 22 anos, foram assassinados. Agentes da Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) informaram que os crimes teriam sido efetivados com a provável utilização de um revólver.
Após matar Elinaldo, Goiano arrastou o corpo para dentro da sede da fazenda, jogou gasolina e incendiou o local. O corpo de Juvério foi encontrado a uma distância de 80 metros da sede da fazenda.
Logo após saber dos crimes, os policiais civis da Delegacia de Cantá acionaram o Instituto de Criminalística e Instituto de Medicina Legal (IML) e iniciaram diligências, quando identificaram “Goiano” como sendo o autor do duplo homicídio.
Desde a noite do domingo até a noite de ontem, a mais de 24 horas, os policiais estão à procura de pistas que levem ao paradeiro do suspeito. Caso consigam prendê-lo, será lavrado o flagrante. Quem souber do paradeiro de “Goiano” deve ligar imediatamente para os números 0800 95 1000 ou 181. A identidade do denunciante será mantida em absoluto sigilo.
FAMÍLIA – Por volta das 07h desta segunda-feira, familiares de Juvério da Costa Queirós decidiram procurar o rapaz, que não retornou para o barraco onde passava a noite com seu pai, o qual relatou à Folha que eles almoçaram juntos no domingo, 29, quando o jovem saiu para trabalhar no sítio, onde o pai também presta serviços ao proprietário, mas como ele não estava se sentindo bem, preferiu ficar em casa, deixando que o rapaz fosse sozinho.
“Chegou a noite e nada de ele voltar. Foi quando, pela manhã, conversei com um amigo para a gente ir até o sítio saber o que tinha acontecido. Quando cheguei, vi a casa toda queimada, os frízeres, a televisão e a geladeira, tudo virou cinza. Encontramos o corpo do outro rapaz que também trabalhava no sítio”, comentou o pai da vítima.
O primeiro corpo encontrado foi de Elinaldo que, mesmo parcialmente carbonizado, segundo a perícia, não apresentou fraturas. O laudo médico não apontou lesões graves e há indícios de que o homem foi queimado dentro da casa quando estava inconsciente no momento em que o incêndio se alastrou.
Pouco tempo depois o segundo corpo foi encontrado. O pai disse que viu uma marca de tiro no corpo e acredita que seu filho tentou fugir para não morrer, quando foi alvejado. O exame realizado no corpo revelou que um dos tiros atingiu o lado esquerdo do peito e ficou alojado. O segundo tiro atravessou a vítima e foi localizado na região das costas.
Para o Instituto de Medicina Legal (IML), possivelmente as vítimas tenham sido executadas na tarde do domingo, pela rigidez cadavérica que um deles apresentava, informação que foi confirmada pela polícia.
A família de Elinaldo não foi localizada pela Folha para dar detalhes sobre ele. O proprietário do sítio se deslocou para o local onde os crimes aconteceram e já prestou depoimento à Polícia Civil. A família de Juvério suspeita de um homem que também realizava alguns serviços braçais no sítio, mas frisou que vai aguardar a investigação policial ser concluída. Até o final da tarde de ontem, o principal suspeito estava sendo procurado.