Cotidiano

Servidores da Educação do Baliza entram em greve

A categoria reivindica desde a melhoria da estrutura física das escolas até o pagamento de progressões e a aprovação do PCCR. Os servidores denunciam ainda desvio de função

Quase 100% dos servidores da Secretaria Municipal de Educação de São João da Baliza resolveu cruzar os braços e iniciou, ontem (2), uma greve geral por tempo indeterminado. Segundo o presidente da Associação dos Servidores do Baliza, Sebastião Ferreira Carvalho, as aulas nas três escolas na zona rural e nas cinco, da sede do município, estão paralisadas.

Ele informou que a secretaria possui atualmente cerca de 190 funcionários entre professores, técnicos e profissionais da área de apoio como os de serviços gerais. O presidente da Associação relata que os motivos para a deflagração da greve são a cobrança por melhoria na estrutura física das escolas, a exigência do pagamento de progressões, a aprovação do PCCR da categoria e denunciam de desvio de funções de servidores da Educação.

A servidora Magda da Silva Gaspar contou à reportagem que falta material para a limpeza das escolas, os banheiros estão quebrados e falta ar condicionado nas salas de aula. Segundo ela, funcionários da Educação aguardam há mais de dois anos a aprovação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR).

“O que nós recebemos todos os anos é apenas o aumento referente ao reajuste do salário mínimo”, disse, lembrando que o pagamento das progressões dos servidores também estão atrasadas e faz parte da lista de reivindicações.

Ela lembrou que durante o ano inteiro os servidores fizeram várias manifestações e paralisações parciais com a finalidade de sensibilizar a administração municipal, o que não aconteceu até hoje.

O presidente da Associação denunciou ainda que vários servidores da pasta estão em desvio de função, lotados e trabalhando em secretarias diferentes da finalidade educacional. Além disso, ele denuncia que cerca de 20 profissionais da Educação estão lotados na prefeitura  do Baliza, mas não trabalham no município, mas sim na Capital.

“Já fizemos denúncia ao Ministério Público porque na medida em que o município retira servidores da Educação para outras secretarias, com desvio de função, e lota servidores que não trabalham, a prefeitura precisa fazer contratação de pessoal para suprir esses profissionais”, analisou.

O prefeito de São João da Baliza, José Divino, afirmou à reportagem que os acordos necessários para acabar com a greve serão feitos e a prefeitura “está de portas abertas para atender as reivindicações da categoria”.

Quanto às progressões, o prefeito explicou que esse é um problema que se arrasta desde a gestão anterior. Sobre as demais reivindicações, ele informou que estão sendo atendidas dentro da “realidade orçamentária da prefeitura”. O prefeito também negou que ocorra o desvio de função e muito menos que existam funcionários fantasmas na Prefeitura do Baliza.