Política

Estado pedirá do Governo Federal máquina para diagnóstico de vírus

Atualmente, apenas um estado da região norte possui o aparelho, o que atrasa o diagnóstico das doenças causadas pelo Aedes aegypti

“O diagnóstico clínico rápido é uma arma poderosa para evitar que gestantes contaminadas com zika vírus tenham bebês com microcefalia no Estado”, disse a coordenadora da Vigilância em Saúde de Roraima, Daniela Souza, durante o programa Agenda da Semana, que foi ao ar na manhã de ontem, 6, na Rádio Folha AM 1020.

Em entrevista concedida à radialista Andréia Cruz, a coordenadora afirmou que a Governadora de Roraima, Suely Campos (PP), irá se reunir com a presidente Dilma Rousseff (PT) ainda esta semana, em Brasília (DF), e solicitar que o Governo Federal auxilie o Estado na aquisição do maquinário laboratorial necessário para que os exames que diagnosticam o zika vírus sejam realizados em Roraima.

“Essa é uma pauta que a governadora está levando para uma reunião emergencial com a presidente e todos os outros governadores do País para tratar de uma ação de combate contra a doença. Como nós sabemos, somente um laboratório em todo o Norte está equipado e habilitado para diagnosticar o zika vírus, então nós iremos requerer essa ajuda do Governo Federal para que possamos ampliar essa capacidade e também obtermos resultados mais rápidos e uma resposta às gestantes e aos bebês bem mais eficiente”, explicou Daniela Souza.

De acordo com a coordenadora, no Estado, já foram notificadas 36 gestantes que tiveram zika vírus no período de gestação e mais de 1.500 pessoas com suspeita do vírus. “A comprovação é muito lenta e isso compromete o trabalho de tratamento dessas gestantes. Até o momento, elas estão sendo acompanhadas e as ultrassons não indicaram nenhuma anomalia. Mas só saberemos se estes bebês terão microcefalia no início do próximo ano, após o parto”, afirmou.

Outro alerta emitido pela coordenadora foi quanto à contaminação de gestantes por meio da relação sexual. “Já existem vários indícios de que as grávidas estão contraindo o vírus pela relação sexual com seu parceiro. Por isso pedimos que, por precaução, essas gestantes utilizem preservativos no período de gestação para evitar qualquer tipo de contaminação ao bebê”, frisou.

COMBATE – Em Roraima, os municípios de Rorainópolis, Amajari e Alto Alegre correm risco de infestação de doenças causadas pelo Aedes aegypti caso não haja um combate aos criadouros do mosquito, conforme explicou a coordenadora da Vigilância em Saúde de Roraima, Daniela Souza. Ela destacou ainda que, apesar do alerta para estes locais, o estado é considerado com “índices satisfatórios de combate ao Aedes aegypti” num ranking nacional.

Para manter o índice e combater a proliferação do Aedes aegypti – que transmite, além do zika vírus, quatro tipos de Dengue e a Febre Chikungunya -, a coordenadora estadual de Saúde afirmou que várias ações serão realizadas pelo Governo.

“Uma equipe de agentes do Estado passou por um treinamento em Brasília para melhorar as técnicas de combate ao mosquito. Além disso, a Governadora já sinalizou para todos os prefeitos que o Estado irá ajudar financeiramente essas cidades para que elas também trabalhem no combate do agente transmissor de tantas doenças graves, que é o Aedes aegypti”, disse Daniela Souza.

Para ela, as ações do governo só serão efetivas se toda a população ajudar. Para isso, o Estado de Roraima está incorporado à campanha nacional do Ministério da Saúde, que orienta a população a tirar dez minutos por semana para identificar, na sua casa, locais de reprodução do mosquito e eliminar os criadouros.

“Sem a ajuda massiva da população, nosso trabalho poderá ser em vão. É preciso que a população entenda a gravidade de todas essas doenças e que utilize dez minutos daquele tempo que usa para limpar a casa, geralmente aos sábados, para identificar e destruir os criadouros do Aedes aegypti”, pontuou a coordenadora, lembrando ainda que, quando não cuidadas corretamente, as doenças transmitidas pelo mosquito podem causar sequelas graves e até matar.  (J.L)

Prefeitura realiza ações de combate ao Aedes aegypti e pede ajuda da população

Uma pesquisa encomendada pela Prefeitura Municipal de Boa Vista (PMBV) para medir o índice de infestação do mosquito Aedes aegypti na cidade aponta que os bairros Operário, Bela Vista, União, Jardim Equatorial, 13 de Setembro e Jardim Olímpico apresentaram uma incidência maior em relação à proliferação do mosquito. Alarmada com o resultado, a PMBV intensificou as ações na Capital e pede ajuda da população no combate ao mosquito.

A administração municipal informou que equipes da força-tarefa de combate ao mosquito estão orientando a população sobre a importância de manter os quintais limpos e o lixo condicionado de maneira adequada. “Segundo o Ministério da Saúde, o combate à dengue acontece dentro de casa. A Prefeitura de Boa Vista conta com cada cidadão boa-vistense para se unir à luta contra o mosquito Aedes aegypti”, afirmou em nota.

De acordo com a PMBV, mesmo com os altos índices identificados nestes bairros, um levantamento do Ministério da Saúde sobre os índices de Aedes aegypti (LIRAa) nos municípios brasileiros revelou Boa Vista como a capital com melhor combate ao mosquito.

A pesquisa mostrou a situação das cidades brasileiras de acordo com três níveis de infestação: satisfatório, alerta e risco. Os dados mostram que 199 municípios do País estão em risco de surto com a doença. Boa Vista não é um deles e aparece com índice satisfatório contra a dengue, zika e chikungunya.

A administração municipal atribui o resultado a ações de saúde, à coleta de lixo regular e à intensificação da fiscalização dos terrenos baldios. Conforme dados apresentados, somente em 2015, a prefeitura retirou 50,7 toneladas de lixo domiciliar dos 53 bairros de Boa Vista. O número de resíduo recolhido foi ainda maior quando se tratou de entulhos e galhadas, quando foram recolhidas 88,4 toneladas. As multas para quem comete essa irregularidade tiveram um reajuste, de acordo com a nova lei aprovada no mês de outubro na Câmara Municipal de Boa Vista.

Após a notificação, os proprietários têm 15 dias para fazer a limpeza do terreno. Caso isso não seja feito no prazo estipulado, o Código de Posturas do Município prevê a aplicação de uma multa no valor de 100 unidades fiscais do município (UFM). Antes, esse valor era de R$ 237. Agora, pela nova redação, passa a ser de R$ 474.