Política

Assembleia poderá demitir até dois mil servidores esta semana

Deputado Zé Reinado afirmou que servidores ainda não receberam salário e que tem informação de demissão em massa na Casa

A primeira sessão da Assembleia Legislativa de Roraima, depois das eleições, foi marcada por uma notícia polêmica. O deputado Zé Reinaldo (PSDB) anunciou, na tribuna, que milhares de servidores da Casa devem ser demitidos ainda esta semana.
O parlamentar começou incitando os deputados a reagirem porque, segundo ele, até ontem, os servidores da Assembleia Legislativa ainda não haviam recebido seus salários. Em seguida, afirmou que entre 1.500 e 2 mil pessoas serão demitidas. Ele orientou os afetados a procurarem seus direitos. “Por que só agora, logo depois do processo eleitoral? Essas pessoas não podem ser castigadas!”, declarou.
À imprensa, ele voltou a repetir o discurso e disse ter recebido a informação assim que chegou à sessão. “Quando acabei de entrar, eu disse para o presidente [Chico Guerra, do Pros] que não tomasse essa decisão. Uma pessoa me informou que seriam dois mil servidores”, reforçou, questionando: “Se era para demitir dia 6 de outubro, por que não demitiram no dia 6 de julho, antes de começar as eleições?”.
Zé Reinaldo disse que estaria encaminhando, ainda ontem, um requerimento à presidência da Casa pedindo uma justificativa para o ato. “Isso é uma covardia que estão fazendo com os servidores dessa Casa, se realmente estão fazendo-o”, disse.
Antes de se pronunciar, Zé Reinado, assim como outros parlamentares, discutiu com o presidente da Casa, deputado Chico Guerra (Pros), em plenário, diante do público que acompanhava a sessão. A Folha confirmou com outros deputados que o assunto era mesmo a demissão em massa de servidores, em número superior a 1.500.
Nenhum deles quis se pronunciar oficialmente sobre o tema até uma decisão final sobre a questão, mas a equipe de reportagem foi informada de que as listas com os nomes dos demitidos devem partir de cada um dos 24 gabinetes parlamentares.
Antes do final da sessão, Chico Guerra se retirou do plenário e deixou a Assembleia. Ele viajou ainda ontem para Brasília, segundo sua assessoria de imprensa. A Folha solicitou da assessoria uma nota oficial da Casa sobre a situação, mas, até o fechamento desta matéria, por volta das 21 horas, não houve retorno.