Política

Senadores Ângela e Telmário são contra processo; Romero Jucá não se manifesta

Enquanto Jucá alega que não irá falar porque processo não chegou ao Senado, Ângela e Telmário afirmam que não há fundamento jurídico

Membros da bancada governista no Congresso Nacional, os senadores Ângela Portela (PT) e Telmário Mota (PDT) se manifestaram contra a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa do senador Romero Jucá (PMDB) informou que ele não se pronunciará sobre o assunto neste momento, “pois o processo ainda não chegou ao Senado”.

A senadora petista afirmou que é contra o processo de impeachment porque não há nenhum fundamento jurídico nas alegações feitas por juristas contra Dilma Rousseff. “Ela não cometeu nenhum crime de responsabilidade, como exige a Constituição para que um governante perca o mandato”, argumentou.

Para ela, o que está acontecendo é “um golpismo de políticos que não aceitam os resultados das eleições de 2014, aliados a políticos que estão envolvidos na Operação Lava Jato”. “Eles acham que vão se livrar da Justiça derrubando a presidente, mas não vão. O que temos em andamento é um golpe que deve ser repudiado por quem acredita na democracia e no estado de direito”, frisou.

Esta é a mesma linha de raciocínio do senador Telmário Mota. “O impeachment é um instrumento previsto na Constituição brasileira, usado quando há um ato de ilegalidade, como aconteceu com o [ex-presidente Fernando] Collor de Melo. Foi um instrumento que levou toda a sociedade brasileira a abraçar aquela causa. Só que, agora, eles estão querendo aproveitar e colocar o impeachment, não por uma quebra de legalidade, mas por entender que a presidente Dilma está fazendo uma gestão ruim”, comentou.

Segundo Mota, políticos como Eduardo Cunha estão aproveitando o momento para quebrar a normalidade democrática. “É uma forma de dar um golpe. Só que, em vez de armas, vão tentar uma manipulação de regras para tentar depor uma presidente que foi eleita democraticamente, que não está incorrendo em nenhum tipo de irregularidade que justifique esse processo”, afirmou. (V.V)