Cotidiano

Sindicato dos agentes de endemias cobra realização de concurso público

Conforme o Sindacse, seriam necessário, no mínimo, 300 agentes para atuar em Boa Vista. No município existem hoje apenas 145 profissionais da área, sendo que quase a metade desse número de agentes são deslocados para a parte administrativa.

Em meio ao alerta que está todo o país em combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zyka e chikungunya, o Sindicato dos Agentes de Saúde e de endemias (Sindacse) divulgou hoje que cobra há mais de um ano a realização de concurso público para a Prefeitura de Boa Vista, pois o número hoje de agentes é insuficiente para atender os 150 imóveis existentes na Capital.

Conforme o Sindacse, seriam necessário, no mínimo, 300 agentes para atuar em Boa Vista. No entanto, o município possui hoje apenas 145 profissionais da área, sendo que quase a metade desse número de agentes são deslocados para a parte administrativa.

“Ou seja, em campo nós temos hoje para ir a campo e outros ficam nessa parte administrativa. Esse quantitativo é um número insignificante, muito reduzido. A gente não vai conseguir fazer as visitas domiciliares, conforme preconiza o Ministério da Saúde. Portanto, a qualidade da visita ela é prejudica porque você não vai ter tempo de visitar todos e você vai ter que fazer os imóveis”, alerta o presidente do Sindacse, Flavinei Almeida.

Segundo ele, a justificativa do Município para não contratar mais agentes de endemias é que não há recursos para mais isso. “No entanto, sabemos que o financiamento de ações do combate a endemias no país é financiado pelo Ministério da Saúde. Cerca de quase 70% do financiamento das ações, como o pagamento dos salários, quem financia é a União, por meio do MS. Então não há um impacto tão grande assim na folha de pagamento do Município se fosse contratar novos agentes de endemias”, criticou.

OUTRO LADO
Ao ser questionada sobre o número insuficiente de agentes para atender a Capital, a Prefeitura de Boa Vista admite que “atualmente o número de agentes comunitários de endemias é, de fato, menor” do que gostaria e informou que “a realização de um novo processo seletivo para contratação de mais profissionais só será possível no próximo ano”.

Apesar de admitir que o número é baixo, o Município destaca que “Boa Vista está entre as 10 capitais brasileiras com índices satisfatórios, com uma taxa de 0,9 % de infestação, considerada de baixo risco”, conforme o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti – LIRAa realizado em outubro e novembro de 2015.

“Desde 2013, nenhum surto de dengue, Zika ou Chikungunya  foi registrado no município de Boa Vista. Esses resultados, são atribuídos  a um trabalho minucioso das equipes de saúde e vigilância municipal que atuam nas visitas domiciliares para identificar e eliminar os possíveis criadouros do mosquito, além de orientar a população sobre os métodos de combate ao Aedes aegypti”, justifica em nota.

A nota também informa que a campanha contra o Aedes aegypti iniciada em outubro já registrou um total de 103,745 imóveis visitados e 62.039 criadouros eliminados até o dia 4 de dezembro, “o que representa 70,5% dos imóveis visitados durante o ciclo”.
 
“Através da ações realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde – SMSA, foi possível diminuir o número de casos de dengue. Nos últimos três anos houve uma redução de 88 % no número de casos confirmados de dengue em Boa Vista. A Prefeitura está trabalhando com foco na captação dos casos de Chikungunya e principalmente do Zika vírus”, concluiu a nota da Prefeitura enviada à Folha.