Polícia

Operação prende 18 pessoas que vendiam drogas em praça pública

Durante seis meses, polícia fez monitoramente e registrou imagens que identificaram os traficantes que agiam em praça pública

Na manhã desta sexta-feira, 11, policiais civis com o apoio do Canil da Polícia Federal e da Guarda Municipal, desencadearam uma operação na Praça Mané Garrincha, local que registra alto índice de consumo e venda de entorpecentes, no bairro Tancredo Neves, zona Oeste de Boa Vista.

Há seis meses o Núcleo de Investigação da Polícia Civil já fazia monitoramento e identificação de pessoas envolvidas com o tráfico de drogas. Durante a operação, 18 pessoas foram presas e um adolescente que também estava associado ao bando acabou apreendido.

Muitas denúncias partiram de moradores do entorno na praça, que procuraram a polícia e a Guarda Municipal para relatar que estavam insatisfeitas com o comércio de  entorpecentes naquele região da cidade. Os policiais e guardas se deslocaram para verificar as reclamações e constaram a veracidade dos fatos.

O titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), delegado João Evangelista, providenciou os mandados de busca e apreensão e a Justiça deferiu o pedido. “Achamos por bem fazer a operação nesta sexta-feira, que contou com a parceria da Delegacia Geral da Polícia Civil, Departamento de Narcóticos (Denarc), Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Núcleo de Inteligência da Polícia Civil (NIPC), Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Trânsito (SMST), Guarda Civil Municipal (GCM), Ronda Ostensiva Municipal (Romu) e Canil da Polícia Federal em Roraima”, informou o delegado João Evangelista.

Todos os acusados responderão pelo crime de tráfico e associação ao tráfico de drogas. “Nos últimos seis meses, a DRE juntamente com o Denarc  e Núcleo de Inteligência monitorou a atividade de traficantes que operavam na Praça Mané Garrincha e adjacências”, acrescentou João Evangelista.

Durante monitoramento, a polícia identificou quem distribuía os entorpecentes, quem escondia a droga e quem recebia o dinheiro. Uma mulher participava das ações do grupo criminoso, sendo uma das cabeças. Era responsável pela distribuição e recebimento dos valores decorrente da venda das substâncias. “Ela era quem coordenava as atividades, além do marido e do irmão. Os demais trabalhavam como associados, ora para manter o vício, ora para ter um lucro com o tráfico ilícito”, esclareceu a Polícia Civil.

IDENTIFICAÇÃO – Foram detectadas 22 pessoas envolvidas, entre adolescentes e adultos. Com a obtenção de imagens diurnas e noturnas indicando tráfico de drogas constante e periódico dos envolvidos, foi possível identificá-los. Baseado nisso, o delegado decidiu representar por prisões temporárias, buscas e apreensões.

A Justiça concedeu em tempo hábil 20 mandados de prisão temporária e 17 mandados de busca e apreensão. “Nós também demos cumprimento a um outro mandado de prisão preventiva que tinha envolvimento com esse grupo. O traficante atuava na Praça Augusto Germano Sampaio (no bairro Pintolândia, zona Oeste da Capital)”, detalhou Evangelista.

Foram apreendidos alguns veículos usados pela facção, munição, dinheiro e balança de precisão.

Ao final a operação que resultou em 19 presos, sendo que um deles não se encontrava com prisão temporária nem preventiva decretada, mas foi preso em flagrante delito porque se encontrava com drogas prontas para venda no momento da abordagem.

CONTINUIDADE –  “Esse trabalho vai continuar no sentido de garantir o convívio social nessas praças. Praça pública é local da comunidade usufruir. A polícia integrada aos demais órgãos de segurança vai continuar esse monitoramento para dar paz a esses locais que não devem ser usados pelo crime”, frisou o secretário municipal de segurança pública, Raimundo Barros.

De acordo o delegado da DRE, a lei autoriza prisão temporária por tráfico de drogas de até 30 dias. “A polícia tem esse prazo para concluir as investigações. Nós já estamos em fase de conclusão, então ao final dos 30 dias, nós concluiremos o procedimento e encaminharemos à Justiça. Entendendo da necessidade de converter a prisão em preventiva, o juiz autoriza a conversão e eles continuarão presos até o julgamento. Se a Justiça entender que não há necessidade da manutenção da prisão deles, ao final dos 30 dias responderão em liberdade pelo crime”, ressaltou a DRE.

Somente os infratores autuados em flagrante serão submetidos à audiência de custódia. Os demais serão encaminhados para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) para cumprimento da pena.  A operação será estendida por tempo indeterminado e a polícia pede que a comunidade participe por meio de denúncias que podem ser anônimas. (J.B)