O significado da palavra hipnose vem do grego hypnos, que pode ser traduzido como sono. Mas, na verdade, não é bem isso que acontece com a mente durante o estado hipnótico. De acordo com o hipnólogo Hélio Caetano, o método atua no padrão de consciência, onde o indivíduo intensifica sua atenção por meio de uma indução ou de uma auto-indução feita por um hipnólogo.
Segundo ele, é possível concentrar a mente e direcionar seus pensamentos e, com isso, intensificar a atividade cerebral, algo oposto ao que acontece quando estamos dormindo. Ele explica que a técnica é muito utilizada no tratamento individualizado de questões físicas e mentais.
“Através da hipnose acontecem novos aprendizados, reorientação, recuperação e modificação para respostas mais saudáveis e de bem com a vida. A hipnose é indicada para todos que querem curar ou melhorar questões emocionais, tais como ansiedade, depressão, estresse pós-traumático, fobia, angústia e também memorização”, contou.
O especialista explica que o tratamento também é feito de forma única, não há regras muito delimitadas, pois cada caso merece uma atenção exclusiva. “Criamos um espaço dedicado para a técnica, um lugar aconchegante onde as pessoas tendem a se sentir melhor”, disse.
Uma pessoa hipnotizada pode entrar em um transe leve, médio ou profundo. Essa variação pode ser pessoal e até mesmo momentânea. “Existem ainda muitos mitos a cerca da hipnose, poucos sabem, no entanto, que se trata de uma prática reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como ferramenta de apoio ao diagnóstico e tratamento médico desde o fim da década de 90. E, como tal, de mística ela não tem nada”, comentou.
Helio ainda ressalta a possibilidade da auto-hipnose, onde a pessoa, através de métodos, pode ter domínio sobre a sua própria mente. “A hipnose nada mais é do que um mecanismo mental, totalmente explicável pela ciência”, ressalta.
O que a hipnose como prática médica faz é levar o paciente a esse mesmo estado mental, mas de forma coordenada, por meio da indução hipnótica. Isso permite que sugestões dadas pelo terapeuta sejam aceitas com maior facilidade.
O primeiro passo para conseguir essa hipnose coordenada é o chamado rapport, que pode ser definido como um laço de confiança entre o terapeuta e o paciente, que poderá se soltar a ponto de ser conduzido em sua viagem hipnótica.
*Hélio e Cristiane Caetano atendem no Hospital da Mulher