Política

Roraima quer receber compensação financeira por preservação ambiental

Dois representantes do Governo de Roraima estiveram na Conferência do Clima, que foi realizada em Paris

Representantes de 195 países aprovaram, no sábado, o Acordo de Paris, primeiro marco jurídico universal de luta contra o aquecimento global. O documento da 21ª Conferência do Clima (COP21) das Nações Unidas terá caráter “legalmente vinculante”, ou seja, obriga todas as nações signatárias a organizar estratégias para limitar o aumento médio da temperatura da Terra a 1,5ºC e prevê US$ 100 bilhões por ano para projetos de adaptação dos efeitos do aquecimento a partir de 2020.

O secretário estadual de Planejamento, Alexandre Henklain, e o presidente da Fundação do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Femarh), Rogério Martins Campos, participaram da conferência representando o Governo de Roraima. Eles acreditam ser possível que o Estado possa conseguir retorno financeiro pela Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD +).

Henklain afirmou que o Estado vai integrar o Fórum Global dos Governadores para Clima e Floresta (GCF), como observador. Hoje, seis estados integram o GCF: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Tocantins. “Seremos integrados como membro nesse primeiro ano. A posição do governo é de adotar pragmatismo responsável orientado por resultados, pois buscamos entendimento e postura pró ativa. Queremos que Roraima seja compensado pela emissão de gases que serão evitados ao protegermos nossas áreas. Já temos dois terços do nosso território preservados”, disse

Para ele, na medida em que as áreas não são desmatadas, isso significa gases que deixam de ser lançados e, portanto, Roraima poderá receber recursos para desenvolver projetos na agricultura e pecuária sustentável. “Os fundos ligados pelas mudanças climáticas serão os principais responsáveis pelos recursos nos últimos anos e nosso interesse é nos articularmos de forma responsável e madura, para construir um modelo de desenvolvimento sólido. Nesse sentido, nossa participação foi bem sucedida em Paris, pois fizemos articulações e inserimos Roraima no contexto mundial”, frisou.

O presidente da Femarh, Rogério Martins Campos, explicou que a conferência deixou claro que a grande meta do mundo é a redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa. “Roraima já tem esse potencial, pois temos áreas protegidas e temos potencial financiador. A floresta que você deixou de derrubar é contabilizada e terá compensação financeira. O que precisamos, e estamos trabalhamos muito pra isso, é mostrar o que já fizemos em prol do desenvolvimento e conservação. Não estávamos sendo vistos e hoje estamos. Recebemos convite do Comitê de Clima Nacional do Meio Ambiente para nos integrarmos ao Comitê e. se não demostrarmos nossas necessidades e potenciais, ficamos à mercê. Em meados de fevereiro, os estados da região amazônica irão se reunir com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, para ver os pontos acordados e de que forma essas metas serão cumpridas”, frisou.