Cotidiano

Irregularidades no Iteraima causaram prejuízo de R$ 30 mi

A investigação sobre a transferência irregular de terras públicas teve início em 2013 e analisou mais de 400 processos referentes a transferências que ocorreram entre 2009 e 2013

Em entrevista coletiva, no final da manhã desta quarta-feira, 16, representantes da Polícia Federal em Roraima (PFRR) informaram que as fraudes ocorridas dentro do Instituto de Terras de Roraima (Iteraima) causaram um prejuízo de R$ 30 milhões para o estado em terra nua, ou seja, imóveis rurais que não possuem qualquer tipo de benfeitorias.

Conforme o delegado da PF, Alan Robson, a investigação sobre a transferência de terras públicas de forma irregular teve início em 2013. Nesse período, a PF analisou mais de 400 processos de regularização fundiária do Iteraima, referentes a transferências que ocorreram entre 2009 e 2013.

O delegado informou que foram conduzidas coercivamente 79 pessoas, 52 delas somente em Roraima. Robson esclareceu ainda que, além disso, também foram feitos flagrantes. “A pessoa tem um vício criminoso na origem da concessão dessa terra e esse vício torna um crime permanente, como a invasão da terra da união. Nessa manutenção dessa prática criminosa, vários foram presos e estão sendo interrogados”.

Também foram apreendidos bens ilícitos e outros materiais, até armas de fogo. Os nomes dos alvos dos mandados de busca e das pessoas que foram presas durante a operação Vassalagem não foram divulgados pela Polícia Federal.

O delegado da PF se limitou a informar que alguns dos envolvidos são pessoas que tinham autoridade para deferir e legalizar repasse de terras, além de pessoas com grande poder econômico.

A Folha apurou com fontes que estão envolvidos na investigação ex-gestores do Iteraima, ex-funcionários do Instituto, empresários locais e de outros estados e também pequenos agricultores. Ainda segundo a PF, os pequenos produtores eram usados como laranjas no processo de regularização de terras.

Sobre o número de presos em Roraima, o delegado disse que não poderia nesse momento repassar dados, pois ainda está acontecendo o cumprimento de mandados.

Matéria completa na edição impressa da Folha de amanhã, 17.