O Governo do Estado promoveu no sábado, 19, solenidade pública que formalizou a implantação da Polícia Comunitária em Roraima. A celebração do projeto, que será gerenciado pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e Polícia Militar de Roraima (PMRR), ocorreu na Casa do Cidadão, localizada no bairro Senador Hélio Campos, zona Oeste da capital.
Além da capital, os municípios do interior também deverão ter as suas polícias comunitárias implantadas. Conforme a governadora Suely Campos (PP), a expectativa é que o projeto se estenda de forma gradativa nos próximos anos. “Começamos pelo Senador Hélio Campos e vamos também para outros bairros e futuramente para as sedes e vilas maiores dos municípios do interior, com a finalidade de combater a criminalidade no nosso Estado”, destacou.
De acordo com Suely Campos, o projeto visa fortalecer de imediato as ações das entidades de segurança no combate ao aumento da criminalidade no Estado. “O [bairro] Senador Hélio Campos foi escolhido porque, segundo os levantamentos da Secretaria de Segurança Pública, é o bairro com maior índice de violência da capital. Ou seja, há todos os tipos de delitos, sem nenhuma exceção. Então, iniciamos por aqui, como um pontapé inicial para esse projeto, que sem sombra de dúvidas, dará uma nova cara à segurança pública do nosso Estado”, afirmou.
Além da abertura das atividades, foram empossados ainda os policiais que farão parte do 1º Pelotão da Polícia Comunitária de Roraima, que terá a Casa do Cidadão como sede. Ao todo, 15 PMs passarão a fazer parte das decisões de segurança do bairro juntamente com os membros do Conselho Comunitário de Segurança Pública (Conseg).
“Aqui, nós estamos implantando uma base do projeto de Polícia Comunitária, composta de 15 policiais da PM, que ficarão de forma permanente, junto ao Conselho Comunitário de Segurança, que é formado pela comunidade. Ou seja, essas pessoas participarão das decisões e ajudarão os policiais, no sentido de repassar informações que ajudem a reduzir os delitos cometidos nesse bairro, e consequentemente, dar maior segurança a essas pessoas”, explicou a governadora.
Para compor o 1º Pelotão da Polícia Comunitária de Roraima, a Polícia Militar levou em consideração vários critérios, como localização domiciliar e atuação do integrante em políticas de voluntariado. Responsável pelo grupo, a tenente Cyntya Loureto se disse orgulhosa de fazer parte da equipe.
“É um modelo que já é utilizado em várias partes do mundo e que nós encaramos com muita responsabilidade. É uma coisa que o Estado estava precisando bastante, principalmente o bairro Senador Hélio Campos, pelo alto índice de ocorrências. Toda a filosofia desse projeto envolve a atuação direta da polícia e comunidade nos problemas da segurança, sobretudo na sensibilização da população do bairro”, comentou.
Além das visitas domiciliares e das ciclo-patrulhas, o projeto contará com o suporte dos demais projetos existentes atualmente, como o Ronda nos Bairros, outra filosofia de policiamento comunitário, que utiliza o emprego de viaturas.
“Muitas pessoas perguntam se o Ronda nos Bairros irá acabar, e eu reafirmo que não. O ‘Ronda’ vai continuar, até por se tratar de um programa muito importante. Com tudo isso, ele dará suporte às ações da Polícia Comunitária e esse será um policiamento democrático, supervisionado por toda a estrutura da Polícia Militar, que definirá os principais problemas, até que a gente consiga diminuir os índices de ocorrências e devolver a sensação de segurança à população”, salientou o comandante-Geral da PM, coronel Dagoberto Gonçalves.
Já o Conselho de Segurança Comunitária, formado por membros da comunidade, começa as suas atividades iniciais de forma provisória. A previsão é que a mesa definitiva deva ser oficializada após eleição, que deve ocorrer em fevereiro do ano que vem.
Moradora do bairro há nove anos, Silvana Ribeiro, 36 anos, afirmou estar bastante otimista com a implantação do projeto em sua comunidade. “Acredito que esse programa tem tudo para dar certo e o [bairro] Senador Hélio Campos carecia desse tipo de iniciativa. Só quem tem a ganhar com isso é a população”, salientou.
Para o secretário estadual de Segurança Pública, João Batista Campelo, a implantação do projeto é um marco nas ações de segurança no Estado, uma vez que desde 1999, o projeto não teve continuidade nas gestões seguintes. “Me lembro bem, na gestão do ex-governador Neudo Campos, foram lançadas as bases da Polícia Comunitária, por meio da implantação dos conselhos comunitários. Mas infelizmente, essa iniciativa não teve continuidade nas gestões seguintes. Hoje, após anos de esquecimento, o Estado vê enfim a oportunidade para reimplantar esse projeto, que além de dinamizar o trabalho da segurança pública, vai tornar a relação dos nossos policiais com a população ainda mais próxima e mais eficaz no combate à criminalidade”, pontuou. (M.L)