Cotidiano

Avô diz que bebê morreu na fila de espera

Conforme denúncia, exame de ressonância foi marcado para dia 30, mas bebê não resistiu e morreu antes, no Hospital da Criança

O avô de um bebê recém-nascido, Adir de Brito, procurou a Folha, ontem, para denunciar suposta negligência na morte de seu neto. Ele afirmou que a falta de equipamentos, no Hospital da Criança Santo Antônio, foi decisivo para o caso, pois a criança precisava fazer uma ressonância magnética para investigar um problema respiratório, porém o exame só foi marcado para 30 de dezembro, quando deveria ter sido feita com urgência.

“Só hoje, se foram dois bebês que morreram e um deles era meu netinho, que deveria esperar até o dia 30 deste mês para fazer uma ressonância magnética, pois não havia vaga. Depois de tanto aguardar, ele não resistiu e faleceu com o nome na lista de espera”, disse.

“Se fosse o filho de pessoas que estão no poder, o bebê teria escapado. É um absurdo perdermos crianças devido a um exame que o Estado e a prefeitura não têm condições de fazer por não possuir um simples aparelho”, criticou.

O bebê nasceu no dia 7 de outubro e não conseguia respirar bem. “Os responsáveis fizeram um exame para detectar se havia doenças respiratórias. A partir do laudo, marcaram a consulta, mas deveria ter sido feita com urgência para não deixar que uma vida fosse perdida dessa maneira”, complementou o avô.

PREFEITURA – Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) informou que a morte será investigada, porém alegou que o bebê nasceu com graves problemas respiratórios, tendo sido diagnosticado com insuficiência respiratória crônica e miocardiopatia hipertrófica septal simétrica obstrutiva. “Estava aguardando vaga para tratamento fora de domicílio”, frisou.

Conforme a nota, a realização da ressonância tinha a finalidade de investigar uma má formação nas cordas vocais e que a criança já havia recebido alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e permaneceu estável durante sua internação. “Em todas as aferições realizadas, os sinais vitais encontravam-se dentro dos padrões de normalidade. O óbito está passando por processo de investigação”, frisou.