Após um ano com constantes altas no dólar, aumento de impostos, combustível e alimentos mais caros, o salário do brasileiro tem comprado cada vez menos. Quem sente a crise na pele são as lojas que trabalham com a venda de itens não tão essenciais, como artigos para presente e equipamentos eletrônicos. Em Roraima, algumas empresas do setor chegam a registrar uma queda entre 10% e 30% no mês de dezembro em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o gerente de uma loja de equipamentos eletrônicos no bairro São Francisco, zona Norte, Hallysson Menezes a empresa registrou uma queda de 10% nas vendas deste natal em comparação ao do ano passado. Apesar da situação, ele relatou que em comparação com o mês de novembro, houve um aumento de 10%.
“No mês passado as vendas foram baixas. Já esse mês, como muitas pessoas receberam o 13º salário, aproveitaram a grana extra para comprar os presentes de fim ano, mas apesar desta pequena melhora, o mês de dezembro do ano passado foi bem melhor do que este”, disse.
Ele ressaltou que o diferencial da loja são os preços. “Como tínhamos produtos em estoque, ainda não aplicamos os novos reajustes, pretendemos fazer isso após o ano novo. Além disso, nossas condições de pagamento também fazem a diferença, pois parcelamos qualquer produto em até 12 vezes sem juros”, explicou.
O atendente de outra loja de equipamentos eletrônicos, também no São Francisco, Thalyson Silva, relatou que até o momento as vendas caíram cerca de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. “As pessoas deixaram de comprar muitas coisas, pois o custo de vida está muito elevado e o dinheiro que sobra não dá para muita coisa”, pontuou.
Segundo Silva, houve queda até na prestação de serviços. “Nós também trabalhamos com manutenção de computadores. Muitos clientes deixam suas máquinas aqui e quando recebem o orçamento acabam optando por não realizar o serviço e em alguns casos deixam pra fazer o reparo mais pra frente”, disse.
Na zona Oeste, no bairro Liberdade, o gerente de uma loja que vende celulares, Amilton Santos, relatou que as vendas também caíram em 15%. “Nós nunca deixamos de vender, pois apesar da crise, as pessoas não deixam de comprar celular, boa parte da população sempre se atualiza. Apesar disso tudo, as vendas este mês foram fracas comparadas a 2014. Não vamos fechar o mês no vermelho, mas o nosso lucro foi bem menor”, detalhou.