Política

Sem atualização de cadastro, famílias podem perder benefício do Bolsa Família

As mais de 20 mil famílias cadastradas em Roraima no programa Bolsa Família do Governo Federal devem ficar atentas às condições necessárias para permanência no programa. De acordo com a Prefeitura de Boa Vista, menos da metade dos beneficiários têm atendido as exigências do programa e poderão ter o benefício bloqueado.

Para fazer um apelo a estas famílias, a coordenadora do Bolsa Família em Boa Vista, Karla Lima, esteve na Rádio Folha AM 1020, na manhã de ontem, 27. Durante o programa Agenda da Semana, apresentado pelo radialista Getúlio Cruz, a gestora pediu às famílias que compareçam aos postos de saúde e procurem a gestão do programa para atualizar suas informações. “É muito importante que eles estejam com todas as condicionantes em dias, ou poderão ter o benefício suspenso e até perder a participação no programa”, pontuou.

Karla lembrou que, ao serem aceitos no Bolsa Família, todos os membros concordam que precisam ir ao posto de saúde duas vezes ao ano para fazer o acompanhamento nutricional, tanto dos adultos quanto das crianças que devem estar com o cartão de vacina em dias. “Essa família precisa se dirigir a um posto de saúde qualquer e passar pelo acompanhamento nutricional. Os médicos irão atendê-los e depois enviarão um relatório para a gestão do programa de como está a saúde daquela família”, disse.

Outro fator condicionante para se manter no programa é ter as crianças e adolescentes de 6 a 15 anos matriculados em escolas e garantir a frequência escolar de no mínimo 85% da carga horária mensal, informando sempre à escola quando a criança não puder ir à aula. Além de informar à gestão do programa, caso a criança mude de escola.

“Ao final de cada mês o responsável pela família vai na escola, pega a frequência do filho que recebe o benefício e informa à gestão do programa. É simples e nos mantém informados sobre o que aquela família está fazendo para melhorar de vida”, justificou Karla Lima.

As gestantes que recebem o benefício – de R$ 35 a mais do que o benefício geral mensal, de R$ 75 por cada membro da família – devem realizar consultas mensais do pré-natal em um posto de saúde para garantir o auxílio extra durante a gravidez.

“O programa entende que essas mulheres precisam de uma ajuda a mais nesta época para complementar a renda. Mas, se a gestante não cumpre o pré-natal, ela deixa de receber”, reforçou a coordenadora, destacando ainda que também recebem auxílio extra no mesmo valor crianças de até 7 anos, jovens de 14 a 17 anos e o gestor da família, seja ele o pai ou a mãe.

Devido à baixa procura dos beneficiários a coordenadora ressaltou que uma campanha tem sido feita para dar condições às famílias que não têm como ir a um posto de saúde durante a semana. “Nós entendemos que as pessoas que recebem o benefício se encaixam na faixa de pobre e de extrema pobreza. Por isso, para melhor atender a essas pessoas, estamos com uma equipe fazendo ações nos bairros mais pobres durante um sábado de cada mês”, explicou.

A coordenadora destacou ainda que a atualização e os atendimentos podem ser feitos em qualquer posto de saúde em Roraima. “Se a família é do interior e está em Boa Vista, ela pode ir a qualquer posto e fazer a atualização. A mesma coisa acontece com quem é de Boa Vista e está no interior. No momento em que esse posto de saúde lança os dados da família no sistema, ela é reconhecida”, frisou.  

A família que não cumprir às exigências terá o benefício cortado temporariamente e receberá uma notificação de descumprimento. “Essa notificação vem no extrato bancário, por isso é muito importante que todos da família olhem seu extrato mensalmente”, ressaltou.  

Caso o impedimento não seja resolvido no primeiro mês de suspensão, uma segunda ocorrência será encaminhada. A partir desta segunda ocorrência de descumprimento, a família fica sujeita a bloqueio do benefício por um mês, suspensão do benefício por dois meses a partir do terceiro registro de descumprimento, e, na quarta ocorrência, terá o cancelamento do benefício.

“Para ser aceito no programa, essas famílias passam por uma avaliação de renda, por isso sabemos que elas precisam desse dinheiro para sobreviver, por isso estamos pedindo tanto para que elas se regularizem”, ressaltou a coordenadora do Bolsa Família em Boa Vista. (J.L)