Depois das liberações da carta de anuência, pela Fundação Nacional do Índio (Funai), e da licença prévia do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), emitida em dezembro do ano passado, as empresas executoras da obra do Linhão de Tucuarui, entre Manaus (AM) e Boa Vista, aguardam a liberação da licença de instalação, que também é liberada pelo Ibama, para, enfim, iniciarem as obras.
Segundo o secretário estadual de Planejamento, Alexandre Henklain, essa licença deve ser liberada até junho deste ano, já que depende de um plano básico ambiental da área da obra como também do plano ambiental da Terra Indígena Waimiri-Atroari, que se estende pelos dois estados.
“Trata-se de um trabalho operacional e acreditamos que até o final do primeiro semestre deste ano seja liberada a licença de instalação. Dentro do cronograma físico de execução da obra, segundo informaram as empresas do consórcio Transnorte, formado pela Eletronorte e a Alupar, a expectativa é de que tenhamos a obra pronta até o final do primeiro trimestre de 2018”, afirmou, destacando que a governadora Suely Campos (PP) vem acompanhando os trabalhos de perto junto com os senadores Telmário Mota (PDT) e Ângela Portela (PT) e o deputado federal Carlos Andrade (PHS).
“Com a conclusão do Linhão, estaremos interligados ao Sistema Nacional e com energia de qualidade para superar a atual demanda de Roraima, mesmo que venha a aumentar a procura, devido ao desenvolvimento do Estado”, disse.
Henklain lembrou que a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou, em dezembro, a emissão da liberação da licença provisória para a construção do Linhão de Tucuruí, depois de passar por um entrave, no início da obra para interligar Boa Vista, devido à falta da carta de anuência da Funai.
“A licitação dessa obra aconteceu em 2011 e, desde então, o consórcio vencedor foi adquirindo equipamentos, comprando cabos e materiais, desenvolvendo estudos e projetos. A expectativa é que as obras comecem em junho e sua conclusão, num período de um ano e nove meses e entregues em março de 2018”, frisou.
O secretário acredita que as etapas mais difíceis já foram vencidas, que foram a liberação da carta de anuência e a licença prévia. “Ainda existem alguns desafios a serem superados, mas estamos na fase operacional, como os planos ambientais, que são pré-requisitos para a liberação da licença de instalação”, frisou.
A Folha tentou contato com o diretor-presidente da Eletronorte em Roraima, Ronie Franco, mas a informação é que ele estava em reunião e que retornaria a ligação à tarde, o que não aconteceu, apesar de novas tentativas de contato. (R.R)
Estado pode ter nova usina de 50 megas ainda este ano
Considerando que a execução do Linhão de Tucuruí só ocorrerá em meados de 2018, e hoje Roraima sofre com oscilações e quedas na rede elétrica, o secretário estadual de Planejamento, Alexandre Henklain, disse que o Parque Termelétrico de Roraima deve ganhar mais uma usina com capacidade aproximada de gerar 50 megawatts.
“Esse compromisso foi assumido pela presidenta Dilma Rousseff quando da audiência com a governadora Suely Campos. Esse reforço é para aumentar a confiabilidade do sistema e para que não tenhamos mais sobressaltos na energia até 2018”, frisou.
Ele explicou que o Parque Termelétrico gera 190 megawatts de energia. A usina do Distrito Industrial, no trecho sul da BR-174, está gerando 20 megas, e a de Novo Paraíso, 12 megas, no Município de Caracaraí, Centro-Sul do Estado. Já a usina de Monte Cristo, a maior de todas, no trecho norte da BR-174, tem capacidade de 98 megas.
Isso, agregado às usinas de Floresta e do Distrito, já existentes, gera aproximadamente mais 60 megas. “Geramos mais ou menos 190 megawatts, que é demanda de pico que se verificou no ano passado, sem contar com os 95 megawatts de Guri [na Venezuela]. Com mais esses 50 megawatts, que deve estar pronto até o final deste ano ou no mais tardar no primeiro trimestre de 2017, faz-se uma transição de modo a ter uma margem de segurança até para a manutenção das usinas geradoras”, frisou.
EÓLICO – Outra alternativa de reforçar o parque de energia elétrica no Estado diz respeito a um grupo de empreendedores coreanos em instalar um parque eólico em Roraima com produção aproximada de 120 megawatts. “Com isso teremos energia farta, segura e barata”, disse.
Ele ressaltou que já estão sendo feitos os estudos de medição, velocidade e regularidade do vento para iniciar os projetos de instalação, que deve acontecer ainda este ano na região da Serra do Tucano, no Município do Amajari, e próximo à sede do Município de Normandia. “Embora ainda existam outras áreas em Roraima que possam ser instaladas e que os estudos ainda estão sendo desenvolvidos”, disse.
GURI – O secretario falou ainda da possibilidade da recuperação do Linhão de Guri, que hoje fornece apenas 95 megawatts dos 210 megawatts iniciais, com obras de manutenção de cabos e estabilizadores e Roraima passar novamente a ter a disponibilidade da carga total vindo da Venezuela. “Esse linhão não tem manutenção adequada desde 2001, quando foi inaugurado”, frisou. (R.R)