A manifestação de líderes indígenas contra a nomeação do novo coordenador do Distrito Especial de Saúde Indígena do Leste de Roraima (Dsei-Leste), recebeu hoje (8) o apoio do Ministério Público Federal. Desde a noite de domingo (3), representantes de 11 regiões indígenas estão acampados em frente à sede da instituição, na avenida Ville Roy, no bairro Caçari, zona Leste.
A comunidade indígena reivindica que seja feita uma nova nomeação, desta vez para um dos nomes que os líderes indígenas indicarão. Foi nomeado como coordenador, Joseilson Câmara, que está no cargo desde o dia 30 de dezembro.
O procurador da República, Fábio Sanches, esteve reunido com lideranças indígenas na tarde de hoje para afirmar que o Ministério Público Federal está de acordo com a manifestação e dizer que a abordagem da saúde indígena deve ser diferenciada.
“Notamos que houve uma interferência política no preenchimento do cargo e foi colocada uma pessoa na coordenação que não tem ligação com a saúde indígena, a qual é diferenciada. Nós apoiamos o movimento e vamos trabalhar para convencer as autoridades competentes a revogar a portaria”, explicou o procurador.
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Para a tuxaua da Comunidade Ouro Preto, da região São Marcos, Diva Rodrigues de Freitas, o gestor do Distrito precisa ter conhecimentos na prática da saúde indígena. “O novo coordenador é um aventureiro, que caiu de paraquedas; não o queremos no Dsei-Leste. Queremos que o nosso coordenador conheça a nossa realidade, a nossa cultura, por isso exigimos que o novo nomeado do Distrito seja um indígena. Já temos alguns nomes para indicar”.
Segundo a tuxaua Diva, na semana que vem uma comissão de indígenas irá para Brasília procurar as autoridades responsáveis para resolver a situação.
A troca de gestores no Dsei-Leste aconteceu nos últimos dias de 2015. A exoneração da ex-coordenadora, Dorotéia Reginaldo Gomes, foi publicada no dia 29 de dezembro, no Diário Oficial da União (DOU). No dia seguinte, foi publicada a nomeação de Câmara.
