Cotidiano

Mudanças impostas pelo Ministério da Saúde já estão sendo aplicadas em RR

Foram alteradas as doses de reforço para vacinas infantis contra meningite e pneumonia, além do número e doses da vacina de HPV

O Ministério da Saúde realizou uma série de alterações no calendário de vacinação para este ano. As doses de reforço para vacinas infantis contra meningite e pneumonia, além do esquema vacinal da poliomielite e o número de doses da vacina de HPV, que foram alteradas, já estão sendo aplicadas em Roraima.

Segundo a gerente do Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunizações (Nepni), Amanda Rodrigues, todos os municípios do Estado foram informados das alterações no calendário. “Todos receberam a nota informativa do Ministério da Saúde. Desde dezembro estão com a mudança no calendário e é para ser posto em prática”, disse.

Um das principias mudanças está na vacina contra o papiloma vírus humano (HPV). O esquema vacinal passa para duas doses, sendo que a menina deve receber a segunda seis meses após a primeira, deixando de ser necessária a administração da terceira dose. “Agora as meninas vão estar imunizadas e não precisam tomar a terceira dose. Foi visto que a eficácia de três doses é a mesma eficácia de duas”, explicou Amanda.

Conforme o Ministério da Saúde, o esquema com duas doses apresenta uma resposta de anticorpos em meninas saudáveis de 9 a 14 anos não inferior quando comparada com a resposta imune de mulheres de 15 a 25 anos que receberam três doses. As mulheres vivendo com HPV entre de 9 a 26 anos devem continuar recebendo o esquema de três doses.

Para os bebês, a principal diferença será a redução de uma dose na vacina pneumocócica 10 valente para pneumonia, que, a partir de agora, será aplicada em duas doses, aos dois e quatro meses, seguida de reforço preferencialmente aos 12 meses, mas poderá ser tomada até os quatro anos.

De acordo com a gerente do NEPNI, o Ministério não irá disponibilizar os calendários prontos de vacinação para este ano. “O Estado vai tentar providenciar esse calendário de vacinação, mas depende da questão financeira. O município também é autônomo para fazer a reprodução gráfica desse calendário, caso tenha condições”, disse.

OUTRAS MUDANÇAS – A terceira dose da vacina contra a poliomielite, administrada aos seis meses, deixa de ser oral e passa a ser injetável. A mudança é uma nova etapa para o uso exclusivo da vacina inativada (injetável) na prevenção contra a paralisia infantil, tendo em vista a proximidade da erradicação mundial da doença. No Brasil, o último caso foi em 1989.

A partir de agora, a criança recebe as três primeiras doses do esquema – aos dois, quatro e seis meses de vida – com a vacina inativada poliomielite (VIP), de forma injetável. Já a vacina oral poliomielite (VOP) continua sendo administrada como reforço aos 15 meses, quatro anos e anualmente durante a campanha nacional, para crianças de um a quatro anos.

Também haverá mudança da vacina meningocócica C (conjugada), que protege as crianças contra meningite causada pelo meningococo C. O reforço, que anteriormente era aplicado aos 15 meses, passa a ser aplicado aos 12 meses, preferencialmente, podendo ser feito até os quatro anos. As primeiras doses da meningocócica continuam sendo realizadas aos três e cinco meses.

NÚMEROS – Atualmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) distribui cerca de 300 milhões de imunobiológicos anualmente, dentre vacinas e soros, além de oferecer à população todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no Calendário Nacional de Vacinação.

Nos últimos cinco anos, o orçamento do PNI cresceu mais de 140%, passando de R$ 1,2 bilhão, em 2010, para R$ 2,9 bilhões, em 2015. Além disso, os contratos do Ministério da Saúde com os laboratórios produtores de vacinas estão em andamento e os pagamentos em dia. (L.G.C)