Cotidiano

Ensino militar provoca corrida por vagas

Gestores e pais de alunos acreditam que adoção de Ensino Básico Militar vai resolver problema de insegurança nas escolas

Aumentou em 70% a procura por vagas nas escolas estaduais Drº Luiz Rittler Brito de Lucena e Profª Elza Breves de Carvalho, localizadas na zona Oeste da Capital. A demanda cresceu após o anúncio de que as instituições, a partir deste ano, vão seguir o método de Ensino Básico Militar.

A diretora da Escola Estadual Drº Luiz Rittler Brito de Lucena, localizada no bairro Nova Cidade, Socorrita Ferreira, afirmou que a adequação ao ensino militar é um ganho para toda comunidade. “A população local aceitou muito bem. É tanto que a procura por vagas, em relação ao ano passado, aumentou de forma considerável, em aproximadamente 70%”, ressaltou. Para este ano, ainda não foi definido o número de vagas que irão abrir.

Conforme ela, é uma ação de grande importância para a instituição. “A gente vê isso como um benefício. Acreditamos que, desta forma, a violência irá diminuir, pois existem brigas entre galeras com frequência. Os integrantes desses grupos violentos agem dentro do colégio, agredindo outros alunos, inclusive com porte de arma branca”, informou a diretora.

Disse também que, no colégio, existem problemas relacionados ao consumo e tráfico de drogas. “A escola está em uma zona considerada de risco, por conta da indisciplina e violência, que são frequentes. Os alunos usam entorpecentes à luz do dia, por isso a militarização ajudará na organização interna e, além disso, vai trazer segurança para a comunidade externa”, disse a gestora escolar, referindo-se aos moradores da região.

HÉLIO CAMPOS – A implantação da administração militar na Escola Estadual Profª Elza Breves de Carvalho, no bairro Senador Hélio Campos, de acordo com o diretor Rocemir Figueiredo, também fez com que aumentasse a procura por vagas. “Apesar de ainda não estarmos efetuando a matrícula, todos querem garantir seu lugar. A procura aumentou em mais de 50% em relação a 2015. Este ano, iremos oferecer cerca de 100 vagas”, frisou, acrescentando que muitos pais de estudantes já matriculados o têm procurado para assegurar a matrícula dos seus filhos.

Conforme ele, esse processo vai diminuir os índices de violência. “Para termos uma ideia, com essa notícia, os alunos que praticam tráfico de drogas, por exemplo, que vão à escola só para isso, nem caderno levam, começam a evadir-se”, destacou. Figueiredo frisou que, com a adequação, não só a escola irá mudar, mas o entorno, beneficiando toda a comunidade da região.

PAIS – O pai de um aluno que cursa o 9º ano na Escola Elza Breves de Carvalho, no bairro Senador Hélio Campos, Samuel Lima, aprova a mudança. “O ensino básico militar é bom para trazer disciplina aos estudantes. O colégio sofre com transtornos de violência há um bom tempo. Inclusive, existem jovens que portam arma branca e com certeza não têm boa intenção”, confirmou.

“Sobretudo, é uma oportunidade para quem estiver agindo errado aprender boas maneiras. Esse método vem para somar e buscar resolver problemas. Acredito que vai surtir efeito positivo”, complementou. (B.B)

Expectativa do governo é ampliar número de unidades escolares com administração militar

O secretário-chefe da Casa Militar, coronel Nelson Silva, informou que, seguindo orientação do Governo de Roraima, para implantar a administração militar em instituições de ensino, eles fizeram uma avaliação da metodologia em outros estados. “Observamos escolas que passaram a ter administração militar no Amazonas e Goiás, exatamente aos moldes do que acontecerá aqui, e o resultado foi positivo. Nossa expectativa é que após o desenvolvimento nas escolas estaduais Drº Luiz Ritller Brito de Lucena e Profª Elza Breves de Carvalho, possamos ampliar o método, aplicando-o em outras instituições de ensino”, disse.

Conforme ele, é uma maneira de disciplinar os alunos. “Todos terão fardamento diferenciado, disponibilizado pelo governo, além de ter que cumprir horários e se comportar dentro de sala de aula. Também serão exigidas questões de aparência, como o corte de cabelo”, comentou. Disse também que os professores serão compostos de civis e policiais militares.

Sobre a matrícula, informou que os alunos que já fazem parte da escola serão priorizados. “Antes das aulas, que começam em abril, será feita uma reunião com os pais para informamos todas as mudanças que serão realizadas. Aqueles que tiverem interesse em continuar na escola, terão prioridade”, frisou. (B.B)