Cotidiano

Área do Caxambu ganha aspecto de ‘favela’

Ambulantes foram assentados provisoriamente, mas situação já perdura por dois anos sem que haja uma solução

A situação da organização dos camelôs no Centro de Boa Vista é algo que incomoda os comerciantes e pessoas que transitam pelo local. Há cerca de dois anos, um grupo de ambulantes, em barracas de papelão e lona, tomam conta do estacionamento do Centro Comercial Caxambu, na extensão da rua Inácio Magalhães. A desocupação, que deveria ser provisória, está longe de ocorrer, pois o espaço prometido pela Prefeitura ainda não foi providenciado. 

Uma das principais queixas dos comerciantes das proximidades é a venda de produtos pirateados. O gerente de uma loja de variedades, que preferiu não se identificar, relatou que a insatisfação é geral. “Para nosso estabelecimento funcionar temos que pagar impostos em cima de tudo o que compramos. É revoltante ver a Prefeitura apoiar uma concorrência desleal como os camelôs, que não pagam tributos, e ainda providenciar lugar para eles”, protestou.

Ele frisou que o aglomerado de barracas acaba dificultando o acesso às lojas. “Além de ser feio, pois o Centro fica parecendo uma favela, cheio de barracos, isso nos prejudica. O cliente muitas vezes desiste de vir em nosso estabelecimento devido a essa situação”, disse.

O funcionário público Valdemar Oliveira relatou que o Centro Histórico deveria ser melhor cuidado. “Todos esses ambulantes dão um aspecto feio ao local. Em Manaus, isso era um grande problema que vem sendo resolvido aos poucos. Se o mesmo ocorrer aqui, poderemos ver as ruas e calçadas com mais clareza e o ambiente se torna mais convidativo”, afirmou.

PREFEITURA – A Prefeitura de Boa Vista informou, por meio de nota, que atua para oferecer, aos ambulantes, capacitação e meios adequados para o exercício da atividade econômica. Confirmou que o município autorizou um grupo de ambulantes a instalar-se na área do estacionamento do Caxambu, entretanto, alegou que essa instalação é provisória até que seja finalizada a obra do novo espaço comercial.

A nota informa ainda que não há um prazo para a entrega dessa instalação definitiva, que exige dotação orçamentária específica de que atualmente aquele poder não dispõe, mas que a gestão tem se empenhado em buscar por meio de programas de convênios os recursos necessários.

“Em recente operação de fiscalização periódica pelos agentes da prefeitura, firmamos um acordo com o grupo de ambulantes que se encontra na situação de certa precariedade. Esse compromisso foi fruto de acordo com os ambulantes cadastrados, facultando aos mesmos a ocupação da área sob determinadas condições, que, se cumpridas, resultarão na concessão de prioridade para o alojamento no novo espaço”, informa a nota acrescentando que providenciou a aquisição de novas barracas para substituir a estrutura atual e a entrega está prevista para ocorrer ainda neste primeiro semestre.

“Com relação à comercialização de produtos estrangeiros e pirateados, infelizmente não temos uma solução definitiva, tendo em vista que a repressão a essa prática, além de demandar constante vigilância por parte da fiscalização municipal, deve contar também com o apoio da Receita Federal do Brasil para coibir a entrada desses produtos em território nacional”, destacou. (I.S)