Cotidiano

Pacientes sofrem na fila de espera no HGR

Justificando o alto valor por pessoa, cerca de R$ 7 mil, Sesau só libera quatro exames por mês, deixando os pacientes esperando

Pacientes que são diagnosticados com pedra na vesícula e precisam se submeter a procedimento cirúrgico sofrem com a espera para o exame de CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica), que é um procedimento indicado para casos que necessitam de intervenção cirúrgica. Os exames são feitos no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI).

Segundo relatos de um servidor que trabalha no Hospital Geral de Roraima (HGR), a espera pelo exame pode demorar meses. Segundo ele, existem mais de 25 pacientes que aguardam pelo procedimento. Alguns estão internados, ocupando leitos, sem necessidade, por um longo período, isso porque a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) disponibiliza apenas quatro exames por mês.

Outra servidora informou que, embora os exames sejam feitos no CDI, esse tipo de serviço médico é terceirizado. A Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde (Coopebras) é quem controla rigorosamente as requisições para a realização do CPRE, não realizando mais que quatro exames mensais.

“Mais do que isso, somente o secretário de Saúde que pode autorizar, ou a própria cooperativa. O exame custa muito caro, em torno de R$ 7 mil”, afirmou ao salientar que o custo elevado do procedimento seria o motivo para o impasse em aumentar a oferta dos exames.

SESAU – Em nota, a Secretaria de Comunicação Social informou que, atualmente, há seis pessoas internadas no HGR para a realização do procedimento de CPRE. “A internação neste período é necessária para garantir uma assistência médica eficaz aos pacientes. Os considerados graves têm prioridade, mas, no momento, nenhuma pessoa nesta situação está aguardando. Todos os seis pacientes internados vão ser submetidos ao exame”, diz a nota.

A secretaria não confirmou os valores dos exames e nem se os procedimentos são terceirizados. Conforme o documento, a Sesau estuda a possibilidade orçamentária de aumentar a quantidade de exames ofertados. De acordo com a direção do HGR, houve um aumento significativo de cirurgias feitas na unidade mensalmente: de 49, em 2014, para 200, em 2015.

“A demanda de cirurgias voltadas para quadros biliares também tem apresentado progressivo aumento, tendo em vista a relação direta com hábitos alimentares inadequados da população nos dias atuais”, explicou a diretora-geral do HGR, Lilian Moraga.

COOPERATIVA – A Folha ligou para a Coopebras, mas a atendente disse que eles não são autorizados a passar nenhum tipo de informação, porém ratificou que a cooperativa é quem encaminha a solicitação de exames ao CDI apenas de pacientes internados.