Os 20 lojistas que ainda atuavam no centro comercial do Boa Vista Shopping, no bairro 31 de Março, zona Norte, tiveram que desocupar o prédio após pedido do Governo do Estado, que solicitou a desocupação do espaço em março do ano passado. O prédio funcionava de segunda a sábado, das 10h às 20h.
A justificativa apontada seria para abrigar a Secretaria Estadual de Gestão Estratégica da Administração (Segad). O prazo para que todos deixassem o local terminou no dia 31 de dezembro. “Nós pedimos mais prazo para desocupar, pois é difícil montar outra loja ou achar outro ponto. E até ontem [quarta-feira], nós estávamos fazendo mudanças. Mas ninguém esperava essa posição do governo. Foi uma surpresa mesmo, porque o prédio foi construído com a finalidade de fomentar a micro e pequena empresa, e o governo pediu o prédio para colocar uma secretaria”, lamentou a ex-administradora do local, Eunice Alves, 39 anos.
Conforme ela, mesmo com o pouco movimento por conta da chegada dos dois shoppings na cidade e da lojas de departamentos de nível nacional, os lojistas pretendiam revitalizar o prédio. “Todos os lojistas investiram nos seus espaços. A intenção era revitalizar o Boa Vista Shopping. Tem lojista que não teve condição de sair para outro lugar e teve que fechar as portas”, afirmou.
A empresária Kátia Cilene de Araújo Almeida, 46 anos, é uma que foi obrigada a desocupar o espaço. “Eu tinha o propósito de reativar o comércio, pois é um ponto em uma localização muito boa, com estacionamento, pois em todos os lugares existem galerias, mas aconteceu isso, infelizmente. Mas, graças a Deus, consegui alugar um ponto bom e tenho uma clientela fiel”, disse. O empreendimento agora funciona no bairro São Francisco, também na zona Norte.
SEGAD – Atualmente, as atividades da Segad são desenvolvidas em um espaço alugado na Faculdade Cathedral. O aluguel mensal custa aproximadamente R$ 52 mil. O titular da pasta, Frederico Linhares, explicou que a devolução do prédio foi negociada com a Associação dos Lojistas do Boa Vista Shopping, ao longo do ano passado.
“Estamos adotando os procedimentos para reincorporá-lo ao patrimônio do Estado. Uma das possibilidades que o governo estuda é levar a Secretaria de Administração para lá, até porque é um prédio alugado onde estamos e a gente quer eliminar custos”, complementou.