Novas drogas sintéticas foram encontradas em Roraima. Na manhã desta sexta-feira, 15, durante entrevista coletiva, realizada no Instituto de Criminalística da Polícia Civil, o diretor Steffani Ribeiro e a perita criminal Ana Célia Ribeiro informaram sobre o surgimento das substâncias N-bomb e Metilona, no Estado. Conforme Ribeiro, elas se tornaram proibidas depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou a Portaria nº 344 em 2014. Essas drogas foram detectadas por meio de uma apreensão que aconteceu em agosto do ano passado.
Conforme o diretor, as substâncias podem ser facilmente confundidas com outros tipos de entorpecentes. “Essas drogas são altamente corrosivas à saúde. Os efeitos são muito mais potencializados do que as que são mais utilizadas no Estado. Podem até mesmo causar depressão e tirar a vida”, destacou. A confirmação demorou por elas serem inéditas em Roraima. “Enviaram essas drogas, para nós, como supostamente ecstasy e LSD, por elas terem a mesma aparência. Ambas são comercializadas em forma de selo”, explicou.
Conforme a perita Ana Célia, só foi possível identificar o tipo de substância após a realização do teste definitivo. “Nós submetemos os entorpecentes a exames preliminares, mas somente o teste definitivo acusa o tipo de droga”, frisou. Ela disse que a droga geralmente é oriunda da China, mas que talvez já esteja sendo produzida no Brasil. “A rota desses ilícitos ocorre pela China, Europa, África, Estados Unidos, América Latina e demais países”, detalhou.
Steffani Ribeiro destacou que o custo desse tipo de droga é muito mais baixo do que o próprio LSD. “Muitas vezes, o usuário compra o entorpecente achando que está adquirindo LSD, pagando mais por uma substância que tem o poder de prejudicar mais rapidamente e com mais potencialidade dos efeitos”, disse.
Ana Célia comentou sobre a pouca ocorrência desse tipo de entorpecente. “Em Tocantins houve o primeiro caso em setembro do ano passado e, em dezembro, em Pernambuco. De agora em diante, será mais fácil e rápido identificar esse tipo de droga, já que estudamos bastante esse primeiro caso”, frisou.
APREENSÃO – As drogas sintéticas foram apreendidas no dia 22 de agosto do ano passado, durante a prisão de Jhonathan Batista da Silva, de 26 anos, após a polícia ter recebido denúncia de que ele estava envolvido com o tráfico de drogas.
A equipe de polícia, à época, após chegar ao quarto que ele ocupava em um hotel, no bairro São Vicente, zona Sul da cidade, encontrou vários tipos de drogas, entre elas as sintéticas, que aparentavam ser LSD e ecstasy. Também foram encontradas maconha, pedras de crack, balança de precisão e a quantia de quase R$ 2,5 mil.
O acusado foi flagranteado pelo crime de tráfico de drogas e enviado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona rural da Boa Vista, onde permanece cumprindo pena em regime fechado. (T.C)