Cotidiano

Sindicato dos Médicos tem novo presidente

A aprovação do Plano de Cargos Carreira e Remuneração (PCCR) da categoria e melhoria do serviço público serão as prioridades

O médico Samir Araújo Xaud tomou posse da presidência do Sindicato dos Médicos de Roraima (Simed-RR), na noite desta sexta-feira, 15, em solenidade realizada na sede do Conselho Regional de Medicina (CRM-RR). Antes da posse, em entrevista à Folha, ele pontuou algumas metas para o triênio do seu mandato.

“Nós, da atual gestão, daremos continuidade às atividades desenvolvidas pelo doutor Wilson Franco, ex-presidente do Simed, focando na inclusão de profissionais, como estava sendo feito”, disse. No entanto, será necessária uma reestruturação visando novas conquistas. “Durante o mandato, um dos objetivos será reivindicar o Plano de Cargos Carreira e Remuneração [PCCR], tendo em vista que somos a única classe que não tem um plano. Desta forma, queremos trazer mais estabilidade ao profissional”.

Para Xaud, as maiores dificuldades que enfrentará são as de praxe: falta de estrutura e condições de trabalho no setor público. “É necessário melhores condições para exercer a profissão. Além disso, devemos brigar contra a falta de medicamentos e materiais. Esse é o nosso foco principal”, destacou.

O novo presidente disse que vai aumentar o diálogo com o poder público. “Iremos conversar com as lideranças governamentais e estreitar a relação, como uma maneira de ganhar mais atenção e dar melhor assistência à sociedade”, explicou.

Ele ressaltou a boa relação com o CRM-RR, de forma que as duas entidades continuem agindo juntas na busca por melhorias. “A união de todos os médicos do Estado é essencial para ganharmos força, pois precisamos do apoio de toda a classe e, assim, ter uma saúde de qualidade que beneficiará a categoria e, consequentemente, a população”. (B.B)

Lideranças médicas afirmam que saúde pública está em crise

Atenção básica, aplicação de verbas e a fraca gestão são os maiores problemas da crise na saúde pública que atinge todo o País. Foi o que disseram os presidentes da Federação Médica Brasileira (FMB), Waldir Cardoso, e o da Federação Médica da Amazônia (Femam), Wilson Machado, que vieram prestigiar a posse do novo presidente do Simed.

Eles concederam entrevista coletiva, realizada na manhã de ontem, na sede do Conselho Regional de Medicina (CRM), evento que também contou com a presença do ex-presidente do Sindicato dos Médicos de Roraima, Wilson Franco Rodrigues, e com a do atual, Samir Araújo Xaud.

O presidente da FMB, Waldir Cardoso, disse que a saúde está em crise em todo o Brasil e que Roraima também sofre com transtornos. “Melhorias na atenção básica resolveriam 80% dos problemas. Mas, para isso, é preciso investimento na formação e valorização do profissional”, destacou.

“Sobretudo, é importante ter estrutura, pois não adianta abrir 70 novos cursos de medicina, se não há espaço ou condições de trabalho para os médicos. Inclusive, hospitais públicos e privados estão sendo fechados em todo o País, pois enfrentam problemas com insumos”, afirmou Cardoso, acrescentando que será preciso muito esforço para reverter esse quadro.

Wilson Machado afirmou que é necessário dar um “choque na gestão” na saúde brasileira. “A má administração dos recursos do Governo Federal e estadual tem atrapalhado constantemente o desenvolvimento da área, tanto na região amazônica como no resto do País”, ressaltou.

Segundo ele, gestores inexperientes, que não são técnicos ou médicos, pioram ainda mais o quadro. “Esse fato, aliado ao desvio de verbas, que no Estado do Amazonas, por exemplo, está estimado em 30%, impede o crescimento das unidades médicas”.

Machado disse que, congregar sindicatos de medicina, ajuda na luta pelos objetivos da categoria. “Foi por meio do movimento sindical que conseguimos aumentar o número de profissionais brasileiros atuando no País e diminuir a importação de médicos estrangeiros. É um exemplo de que, nos unindo, podemos orientar uns aos outros, trocar experiências e ganhar força política”, frisou. (B.B)