Cotidiano

Médico prega esforço conjunto entre poderes públicos no combate ao mosquito

Diretor da Federação Médica lembrou ação feita em 1999, que quase erradicou mosquito do Estado

O diretor da Federação Médica Brasileira em Roraima (FMB/RR) e ex-presidente do Sindicato dos Médicos de Roraima (Simed/RR), Wilson Franco, defendeu durante o programa Agenda da Semana na Rádio Folha AM 1020, durante a manhã de ontem, 17, que para combater o Aedes aegypti é necessária uma união dos poderes executivos e uma ação do Exército brasileiro.

Ao ser questionado pelo apresentador do programa, Getúlio Cruz, o especialista em saúde pública afirmou que para eliminar os focos do mosquito é preciso que administração pública reveja a política de combate ao mosquito. “Acho que o trabalho que vem sendo feito está deixando a desejar. Já foi comprovado que se pode controlar o mosquito. Eu me recordo que em 1999 uma campanha realizada com a ajuda de 600 homens do Exército quase acabou com o mosquito no Estado, que enfrentava uma epidemia”, lembrou.

Para ele, se o Estado tivesse mantido a vigilância sobre os 103 pontos vulneráveis que foram identificados à época, Roraima seria referência nacional no combate ao Aedesaegypti. “Basta ter força de vontade dos governantes. Se essa campanha fosse refeita hoje, com toda certeza nós obteríamos o mesmo resultado ou melhor. São políticas simples e de baixo custo, com otimização de recursos e um bem enorme para população”, disse.

O médico destacou ainda que o resultado só foi obtido devido a uma união entre Governo e Prefeitura. “Foi fantástico! Todo mundo trabalhou por um objetivo e descobrimos o verdadeiro potencial de todos. Se todo o nosso trabalho tivesse sido mantido, tudo seria diferente. Por isso eu acredito que se os governantes atuais quisessem eliminar esse problema, eles realmente poderiam”, frisou.

O mosquito, que vem tomando conta do cenário brasileiro, transmite todos os tipos de dengue, febre chikungunya e o zika vírus. Entre todas as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a que mais preocupa é a zika, pela possibilidade de provocar má formação do feto durante a gravidez. Desde o ano passado, o Brasil registrou 3.174 casos suspeitos de microcefalia, que é quando o bebê tem a má formação do cérebro.

De acordo com Franco, a vigilância precisa ser constante. “É preciso que a população também fique atenta. Nós estamos vendo nossos amigos morrendo por causa destas doenças. Nossos familiares sofrendo e, o pior, nossos filhos sendo afetados pela microcefalia que poderia ser evitada. Por isso eu continuo acreditando que basta todo mundo querer que nós poderemos eliminar este mosquito”, concluiu. (J.L)