Cotidiano

Folha vai a supermercado alvo de denúncia e flagra irregularidades

Depois que a Folha publicou a denúncia feita pela engenheira civil Fernanda Assis, cujos três filhos passaram mal após consumirem empanado de frango estragado, vendido em um supermercado no bairro 31 de março, na zona Norte, no mesmo dia da publicação a equipe de reportagem voltou ao local e constatou outra irregularidade no mesmo estabelecimento.

Por meio da câmera do celular, foram registradas fotos de baratas na sessão de doces, além de o jornalista constatar o mau cheiro no setor de grãos que estavam em promoção. “Havia inúmeras baratas no local onde são vendidos chocolates e bombons. Na parte onde estão as embalagens de grãos, alguns pacotes de arroz, que estão sendo oferecidos pelo preço de R$1.99, estavam infestados de baratas”, relatou  

A gerência do supermercado foi avisada do problema, mas não houve resposta aos apelos. “Conversei com o gerente e pedi para ele retirar imediatamente o arroz, que se encontrava estragado, mas ele não tomou nenhuma atitude”, afirmou o jornalista.

Ontem pela manhã, a Folha retornou ao estabelecimento para saber quais providências haviam sido tomadas. No entanto, a equipe de reportagem foi informada de que a gerência estava finalizando balanços internos e que naquele momento não poderia conceder entrevista.

Uma funcionária da empresa repassou um contato de telefone para que fosse agendada uma entrevista no horário da tarde. No entanto, às 18 horas, foi informado que, devido a uma reunião, o responsável pela unidade não podia atender à equipe de reportagem no mesmo dia.

Em uma vistoria ao local, a Folha não encontrou mais nenhuma irregularidade visível nas prateleiras. No entanto, na parte próxima às estantes de grãos e de carne, havia um forte odor, o que indica problemas referentes à questão de conservação de alimentos de origem animal. A reportagem questionou os funcionários sobre o problema, mas ninguém quis falar a respeito.

VIGILÂNCIA – Por conta do número de reclamações relacionadas à má conservação de alimentos em supermercados, a Vigilância Sanitária Municipal afirmou que está trabalhando no plano de ações para esse ano. Segundo o coordenador do órgão, Fabrício Medeiros, as ações se darão por meio de visitas surpresas, trabalhos que deverão ser realizados em parceria com alguns órgãos, como o Ministério Público de Roraima (MPRR), Delegacia de Defesa do Consumidor e Procon Municipal.

“A Vigilância utilizará de todos os meios disponíveis para identificar os estabelecimentos que não estão cumprindo com a regra de conservação de alimentos para adotar as medidas cabíveis, que seriam autuar, notificar, aplicar advertência e aplicar multa (penalidades pecuniárias). Se aquele estabelecimento persistir no descumprimento das normas sanitárias, o órgão vai ter que aplicar a medida drástica da interdição, até que tudo seja regularizado”, friso.

No ano passado, o órgão recebeu 909 denúncias relacionadas à área de alimentação, das quais 10% estavam ligados à questão de má refrigeração. Foram abertos 797 processos de regularização e 437 autos de recolhimento de produtos por motivos de vencimento de validade e refrigeração inadequada, além da aplicação de 98 multas.

Dependendo do tipo de irregularidade, o estabelecimento estará sujeito ao pagamento multa que varia entre R$ 2 mil a R$ 50 mil, podendo inclusive ter o local interditado. Para regularizar a situação, o órgão geralmente estabelece um prazo de readequação de normas sanitárias, em um prazo que costuma levar entre 10 a 20 dias, podendo ser prorrogado por mais tempo.

Em casos ainda mais graves, em que fica atestado risco à saúde humana, o órgão pode exigir a cassação da licença de funcionamento do estabelecimento. A Vigilância Sanitária Municipal está localizada na rua Coronel Mota, bairro São Pedro, zona Leste, funcionado para denúncias presencias da 08h às 18h. O denunciante entrar em contato pelo telefone 156. As autuações nesse caso funcionam em regime de plantão, das 08h às 22h. (M.L)