Os donos de veículos de modelo Pampa mudaram a forma de descaminho de combustível na fronteira do Brasil com a Venezuela, no Norte de Roraima. Agora, os atravessadores fazem o chamado transporte “formiguinha”, enganando policiais e fiscais da Receita Federal e Estadual no posto de Pacaraima, município a 220 quilômetros da Capital pela BR-174.
Os “pampeiros”, como também são conhecidos, deixaram de aumentar o tamanho do tanque dos carros, já que os veículos adulterados eram apreendidos. Agora, com o tanque sem adulteração, como manda a lei, os atravessadores fazem até cinco abastecimentos por dia no país vizinho, daí a origem do nome “transporte formiguinha”.
Eles descem a serra e descarregam a gasolina em comunidades indígenas de Pacaraima, perto da sede, e retornam às bombas venezuelanas. No país vizinho, os atravessadores brasileiros pagam propina a frentistas e guardas e furam a fila. A Folha esteve lá no fim de semana e constatou a denúncia feita por outros brasileiros, que aguardaram até cinco horas para abastecer na fila das bombas venezuelanas.
Nas comunidades indígenas de Pacaraima, segundo a polícia, os atravessadores pagam 10% para o tuxaua guardar a gasolina contrabandeada. A Folha foi impedida de entrar nessas comunidades.
O delegado da Receita Federal em Roraima, Omar Rubin, confirmou, ontem à tarde, que o descaminho de gasolina mudou na fronteira e que isso está dificultando muito o trabalho dos fiscais e da polícia. “Atuamos com mais intensidade agora no controle da entrada de óleo diesel no País, pois temos mais facilidade para fiscalizar os caminhões. No caso do descaminho da gasolina, fica mais difícil porque agora os atravessadores fazem o transporte ‘formiguinha’. Mas já estamos trabalhando em parceria com outros órgãos para combater esta nova modalidade de crime na fronteira”, avisou.
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A previsão é que a manutenção seja concluída às 18h, quando o sistema voltará a operar normalmente.
A Receita Federal continua com equipes de plantão no posto de Pacaraima. Os fiscais ficam das 7h às 22h em uma barreira mais abaixo da BR-174. Além de combustível, a Receita faz apreensões diárias de produtos de limpeza e higiene.
No posto da Polícia Federal, a movimentação foi grande neste fim de semana. O atendimento foi demorado e as filas logo se formaram. Os trabalhos dos agentes se concentraram na emissão de vistos de entrada e saída do País. Não havia policial fazendo fiscalização nos veículos. Policiais rodoviários federal fizeram fiscalização móvel na BR-174.
PM – Policiais militares do destacamento de Pacaraima também apertam a fiscalização na fronteira. Na semana passada, por exemplo, eles apreenderam oito carros e quatro motocicletas irregulares. Ainda flagraram um homem tentando sair de Pacaraima com 51 milhões de bolívares, o equivalente a R$ 30 mil. O suspeito foi encaminhado à Polícia Federal e os veículos ao Ciretran do município.
O tenente Rodolfo informou que o número de apreensões vem aumentando em Pacaraima nos últimos meses, principalmente de produtos de limpeza e higiene. A PM é responsável por cerca de 90% dessas apreensões. (AJ)
