Oleno e Sandro não vestiram a camisa do PDT, diz senador Telmário Mota

O presidente estadual do Partido Democrático Trabalhista (PDT), senador Telmário Mota, comentou a iminente saída do deputado estadual Oleno Matos e do vereador de Boa Vista, Sandro Baré, da sigla. Nos bastidores da política local, é certa a ida de ambos para o Partido Progressista (PP), da governadora Suely Campos. “Não podemos falar sobre hipóteses, ainda, então é bom esperar eles saírem”, comentou o senador, embora tenha dito que os dois não “vestiram a camisa” do partido e que não tiveram “vida partidária”.

Segundo o presidente do PDT, os dois parlamentares têm sido “extremamente prestigiados” pelo partido. “Foi dado ao Oleno a presidência do diretório municipal, em detrimento do deputado federal Abel Galinha, que acabou saindo do partido. Ao Sandro foi dada a presidência do movimento cultural do PDT”, frisou.

Telmário disse ainda que Oleno foi lançado como pré-candidato à Prefeitura de Boa Vista na convenção do partido, realizada em dezembro do ano passado, com a presença de Ciro Gomes. “Mas ele não vestiu a camisa do PDT. Se estiver saindo do partido, só estará reforçando isso”, comentou.

Quanto ao vereador Sandro Baré, Telmário afirmou que o comportamento político do parlamentar municipal anda na contramão das recomendações da sigla. “Ele brigou com a prefeita [Teresa Surita, do PMDB], depois voltou a ter paz com ela. Sandro foi o relator do Orçamento municipal, um orçamento graúdo, que aos olhos do PDT poderia ter priorizado muita coisa. É um orçamento que não condiz com a melhoria de vida dos munícipes”, disse.

“O Sandro, como relator do Orçamento, não apresentou nenhuma emenda nem consultou o partido, que tinha um monte de sugestões para dar. Ela [prefeita] não priorizou a agricultura familiar, fez mais investimentos em outras coisas do que na saúde e na educação. Então, embora o partido tenha abraçado o vereador Sandro, há muito tempo ele vem andando na contramão. Não vem vestindo a camisa do partido nem sendo nosso parceiro”, acrescentou.

RACHA – Sobre o rompimento do PDT com o governo Suely Campos, anunciado há duas semanas, Telmário reforçou que o partido ajudou a eleger Suely e que nenhum parlamentar do PDT foi eleito “pelos braços dela”. “O PDT ajudou a elegê-la e o nosso acordo foi programático. Demos o prazo de um ano para que as mudanças acontecessem de fato e não é o que a gente tá vendo”, disse.

Quanto à declaração do vereador Sandro Baré à Folha de que não teria sido consultado pelo diretório do PDT sobre o rompimento com o Governo do Estado, o senador esclareceu que o parlamentar municipal “nunca foi a uma reunião do partido”. “Se ele não foi consultado, é porque não vivencia e não participa da realidade partidária. O Oleno é presidente do diretório municipal e nunca fez uma reunião. Eles vivem descasados com a vida partidária”, afirmou. (V.V)

 
Telmário não descarta aliança com PP para as eleições de 2016

À Folha, o presidente estadual do Partido Democrático Trabalhista em Roraima, senador Telmário Mota, não descartou a possibilidade de aliança com o Partido Progressista da governadora Suely Campos, com quem rompeu recentemente.

“Vamos fazer composição onde for necessário. Devemos ter três alianças com o PP. Temos simpatia pelos pré-candidatos de Iracema, Alto Alegre e Caroebe”, disse, enfatizando que o PDT não é inimigo do PP.

“Somos parceiros institucionais para ajudar o Estado, mas não somos da base. Não queremos cargo nem nada. Onde a governadora tiver acertando, ela vai ter o nosso reconhecimento. Onde ela tiver errando, ela vai ter a nossa oposição e crítica”, disse.

Telmário descartou qualquer possibilidade de fazer coligação com os partidos aliados ao senador Romero Jucá (PMDB). “Só não vamos compor com o grupo do Jucá. O PDT não faz composição em lugar nenhum com o grupo do Jucá. O PDT só faz composições com grupos comprometidos com o Estado de Roraima”.

Quanto à Prefeitura de Boa Vista, o presidente estadual do PDT afirmou que este é o momento de intensificar o trabalho de alistamento eleitoral na Capital “para criar o segundo turno e evitar que pessoas sejam eleitas com minoria dos votos”. “Em maio, vamos ver os nomes que podem aparecer. O PDT pode lançar candidato próprio ou apoiar outro nome. Mas vamos participar ativamente das eleições municipais”, disse. (V.V)