As altas temperaturas e a falta de chuvas têm colaborado para o agravamento da estiagem em Roraima. A situação é mais perceptível às margens dos rios que, devido às condições climáticas, estão cada vez mais secos. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), o Rio Branco, o maior e mais volumoso do Estado, está em seu nível mínimo de captação. Apesar dos dados, a Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), afirma que a população não corre o risco de desabastecimento.
Um dos fatores que contribuíram para a situação foi o fenômeno climático El Niño, causado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, que afeta o clima em diversas partes do planeta. Em Roraima, a principal mudança foi a redução da umidade do ar, colaborando para a falta de chuvas e, em consequência, a redução do nível dos rios.
Quem frequenta as praias do Rio Branco percebe que, desde o mês de setembro, os bancos de areia estão cada vez mais visíveis. Segundo a medição diária do nível de captação feita pela ANA, desde o início do ano os números variam entre 0,00 metros e 0,02 m. Segundo a autarquia federal, o nível médio de captação do Rio Branco é 4,06 m. Já o nível máximo chega a 15,27 m. De acordo com as previsões climáticas, o quadro poderá ser revertido apenas com o início do período chuvoso, esperado para o mês de abril.
Apesar de a atual estiagem ser considerada uma das piores já enfrentadas pela população de Roraima desde 1998, a Caer afirma que não há motivos para se preocupar com um possível desabastecimento.
O presidente da empresa, Danque Esbell, afirmou que as medidas necessárias para que isso não ocorra já foram tomadas. “A população pode ficar tranquila, a hipótese de racionamento está descartada. Fizemos um plano de contingência com ações para que isso não aconteça”, destacou.
Ele frisou que a forte estiagem era prevista desde o fim do período chuvoso do ano passado. “Nós investimos em equipamentos e soluções desde aquela época para que a estiagem não refletisse na distribuição de água. Apesar de estarmos em uma situação confortável, o consumo racional sempre será uma recomendação”, declarou. (I.S)