Cotidiano

Comércio tenta encarar a crise abrindo as portas no feriado

O feriado municipal de São Sebastião, considerado pelos católicos como padroeiro de Boa Vista, não impediu que as lojas do Centro e as dos bairros mais afastados abrissem as portas para atender a clientela durante o dia de ontem. O lucro é pouco, mas a maioria dos comerciantes trabalhou normalmente. Eles alegam que a crise financeira contribui ainda mais para o pior mês para o comércio: janeiro.

Na Rua Sólon Rodrigues Pessoa, bairro Santa Luzia, zona Oeste, uma loja de roupas  não registrou o movimento esperado, segundo o gerente Francisco Canário. “O desemprego e a crise financeira que atingem o Brasil estão afetando diretamente na renda da população. Alguns clientes, por exemplo, compram apenas uma calça porque não têm condições para adquirir duas peças de roupa”, comentou.

Conforme ele, a situação fica ainda pior por conta do feriado. “Não vale a pena abrir o estabelecimento. As vendas são fraquíssimas, mas, precisamos do dinheiro para sobreviver”, disse. Além disso, ressaltou que neste ramo é difícil se manter no mercado. “Roupa não é tão prioritária quanto a comida, e, no momento, a sociedade está priorizando a alimentação”.

Pessoa disse que durante o mês de janeiro as vendas são sempre paradas. Os consumidores precisam pagar impostos, contas e também incluir os gastos com as comemorações do final de 2015, segundo ele.

A gerente Adriele França, de uma loja de bijuteria, localizada na Avenida Sebastião Diniz, Centro, também confirmou que o feriado enfraquece as atividades comerciais. “Geralmente, muitas pessoas vêm aqui quando há esse tipo de folga do trabalho, quando elas têm tempo para sair de casa. Mas neste feriado o movimento está devagar”, comentou, acrescentando que nos fins de semana há um lucro melhor e a visita de mais compradores.

Segundo ela, não está valendo a pena abrir em feriados por causa dos gastos. “Não recompensa porque há despesas com energia, água e empregados. Nós trabalhamos por opção e obrigação, já que não sabemos como serão as compras por parte da clientela. Então, arriscamos para saber se o resultado será positivo ou negativo”.

França também admitiu que, em janeiro, o lucro é quase sempre inferior em relação aos outros meses do ano.  “Para piorar a situação, estamos enfrentando uma grave crise econômica, o que faz o movimento cair ainda mais”, enfatizou. (B.B)