Cotidiano

Mais de três mil pessoas invadem área do Governo no Bom Intento

Eles afirmam que a área é destinada a projetos habitacionais e por isso foi ocupada por famílias que não têm moradia

Cerca de 3.200 famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), invadiram uma enorme área, localizada na região do Bom Intento, depois da ponte do Cauamé, ao lado da Obra do CSE (Centro Sócio Educativo), na saída pra Venezuela. Conforme os invasores, a área pertence ao Governo e está registrada como parte do programa do Governo Federal, Minha Casa, Minha Vida. Há mais de 15 dias no local, eles dizem que ninguém vai tirá-los, já que a área é para loteamento de programas habitacionais.
O líder no movimento, Hércules Souza da Silva, 32 anos, afirmou que Iteraima (Instituto de Terras e Colonização de Roraima) foi avisado sobre a ocupação e que agora eles estão cadastrando as famílias que estão demarcando os espaços. “Aqui é uma ocupação, em uma área do Iteraima, no qual ele já foi avisado e o Governo está ciente. Quem esteja realmente precisando, é só chegar com a madeira e lotear”, disse o sem teto.
As demarcações estão sendo feitas com quatro pedaços de madeira, geralmente com uma lona coberta e o nome do “dono” destacado na lona ou em placas. “Essa é a nossa reivindicação! O Minha Casa, Minha Vida que desde 2009 estamos esperando para receber as casas. Já foi assinado um projeto de que essa é uma área habitacional. E desde então não construíram nada. Então daqui para frente vai ser o seguinte: quem for chegando com madeira e fizer o barraco, vai ficar debaixo e ser o dono” enfatizou o líder.
E ele afirma que as famílias não estão fazendo nada de errado. “Nós não invadimos áreas privadas e institucionais, só a parte que sabemos que é para programas habitacionais, porque isso é nosso e ninguém faz nada” disse Silva, destacando que somente famílias que não tem onde morar ou que vivem de aluguel é que permanecerão no local.
ITERAIMA – A Folha tentou contato com a Assessoria de Comunicação do Iteraima, mas até o fechamento desta matéria, às 19 horas, não obteve nenhuma resposta.  (JL)