Cotidiano

Em RR, turismo representa mais de 10% do volume de serviços

As cachoeiras da Serra do Tepequém, município de Amajari, são um dos destinos turísticos principais do Estado

A variação positiva de 10,9% no volume de serviços, segundo dados divulgados neste mês de janeiro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), tendo como base o mês de novembro de 2015, levou Roraima ao melhor percentual entre as Unidades da Federação, seguido pelo Mato Grosso (5,9%), Rondônia (4,1%), Tocantins (2,4%) e Pará (0,5%).

Os demais estados apresentaram variação negativa, resultando numa queda de 6,3% no volume de serviços no Brasil em comparação com novembro de 2014.

Embasado em informações sobre o trânsito aéreo de passageiros e o número de hospedagens na rede hoteleira local, o diretor do Detur (Departamento estadual de Turismo), Ricardo Peixoto, atribui a ascendência do setor de serviços nos últimos números divulgados pelo IBGE ao crescimento da exploração das potencialidades turísticas de Roraima.

“O turismo movimenta 54 atividades, 90% do setor de serviços. As taxas de ocupação das aeronaves nos voos para Roraima estão oscilando entre 89% e 92%.

Antes, os aviões ficavam lotados de gente saindo do Estado. Agora, os voos estão cheios na saída e na volta. Isso se reflete no segmento da hotelaria. Em alguns hotéis, o volume de hospedagem cresceu em torno de 35%, porque o fluxo de passageiro para cá aumentou”, ressaltou.

De acordo com Peixoto, alguns fatores contribuíram para esse crescimento. Um deles foi a mudança de trajeto para um hub, ponto de conexão nacional, com voos diretos, ida e volta, de Boa Vista para Brasília e de lá para cá.

“Houve negociações com as empresas de transporte aéreo e, com a ampliação de opções de voos de um hub regional, com conexão em Manaus, para o nacional, ganhamos competitividade, porque nos hubs regionais as tarifas são mais caras. Tem companhia aérea cobrando R$ 300 na passagem Boa Vista/Manaus. Utilizando o hub nacional, com um pouquinho a mais, R$378,00, vou até Brasília, com R$420,00, vou a São Paulo”, afirmou.

Outro ponto importante na atração de visitantes para o Estado foi a veiculação da novela Império (Globo) entre 2013 e 2014. Uma das paisagens mais belas e imponentes da América do Sul, o Monte Roraima ganhou destaque na trama e em publicações especializadas em turismo ecológico e de aventura no Brasil e no exterior.

Isso resultou no crescimento acentuado do número de turistas na região de fronteira Brasil/Venezuela. “A novela vendeu muito bem Roraima e a ABAV [Associação Brasileira de Agências de Viagem] ajudou nesse processo”, explicou Ricardo Peixoto.

Segundo ele, o Monte Roraima continua sendo o destino mais cobiçado pelos turistas vindos de outras regiões do Brasil e de países estrangeiros, mas houve um aumento substancial do turismo interno, com empreendimentos em hotéis-fazenda. Além disso, algumas mudanças de hábitos dos turistas amazonenses, nos últimos anos, beneficiam Roraima.

“Temos, pelo menos, dez propriedades inseridas no chamado turismo rural e isso fortaleceu o fluxo interno. Outro detalhe que favorece Roraima é a mudança de comportamento dos turistas amazonenses. Todos os anos eles passam pelo Estado de ônibus ou de carro em direção à Ilha Margarita. Antes, dormiam na fronteira e seguiam viagem. Hoje, ficam pelo menos três dias no Estado, dois dias na ida e um na volta. Isso é importante, porque seis de cada dez turistas que visitam Roraima são amazonenses”, disse.

Com tendência de crescimento do setor de serviços e expectativa de manutenção da variação positiva nos próximos dados a serem divulgados pelo IBGE no mês de fevereiro, o Estado busca o fortalecimento do turismo com o desenvolvimento de três vertentes.

“Trabalhamos para exploração do turismo em três polos: águas e florestas do Equador, savanas e montanhas. Além disso, criaremos produtos que permitam sustentabilidade e evitem a saturação dos destinos tradicionais. Uma das alternativas já em andamento é a estruturação dos roteiros turísticos em terras indígenas”, pontuou Ricardo Peixoto.

Com informações da Secom-RR