Além da forte estiagem que castiga todo o Estado, o número de incêndios florestais dentro e fora do perímetro urbano tem deixado cada vez mais as autoridades em alerta. Segundo a Defesa Civil Estadual, no período de 1º a 20 desse mês, o Município de Boa Vista registrou 99 ocorrências de incêndio urbanos, dos quais 55 foram em terrenos baldios e 44, em áreas florestais.
No mesmo período do ano passado, foram registrados 174 ocorrências, sendo 123 em terrenos baldios e 51, em áreas florestais. Apesar de o número ser considerado menor em relação ao ano passado, o órgão ressalta que a população dever estar atenta para alguns cuidados, já que as previsões do clima para os próximos meses não são animadoras.
“A gente tem observado, nos últimos dias, que em parte das ocorrências o fogo se originou de maneira provocada. Ou seja, alguém acabou iniciando o problema. Aí nós temos várias situações. Alguém jogou uma ponta de cigarro ou utilizou a queima para fazer a limpeza de terrenos e acabou perdendo o controle desses incêndios. Isso é ruim porque, além de causar transtornos para outras pessoas, está cometendo um crime. Limpar quintal na área urbana com fogo é prática de crime ambiental. Então, qualquer pessoa pode, a qualquer momento, ser denunciada por essa prática”, afirmou o secretário-Executivo da Defesa Civil Estadual, coronel Cleudiomar Ferreira.
A queima de quaisquer resíduos sólidos, orgânicos ou inorgânicos, na zona urbana é considerada crime previsto na Lei Municipal 947/2007. O valor aplicado para quem comete esse tipo de ação é de R$ 237,00, podendo ser maior, dependendo das circunstâncias de cada caso.
“Os procedimentos legais são tomados pelos órgãos de competência, podendo ser a Delegacia Especializada ou a Secretaria Municipal de Gestão Ambiental [SMGA]. Nesse caso, a Defesa Civil auxiliar nos trabalhos com repasse de relatórios de danos para que as medidas cabíveis sejam adotadas”, comentou.
Por enquanto, a Capital não está incluída entre as áreas mais prejudicadas pela estiagem. No entanto, o coronel ressaltou que algumas medidas vêm sendo adotadas para minimizar os efeitos negativos do clima seco, principalmente por conta das queimas fora de controle.
“O pessoal que está de prontidão aqui, no Corpo de Bombeiros, mais especificamente da zona Leste da Capital, já vem com efetivo reforçado desde o final de novembro. Tem uma equipe extra para combater incêndio, além dos carros de combate a incêndio. Quando houver a decretação da situação de emergência, nós vamos ter o amparo legal para intensificar as ações de combate à estiagem”, frisou.
Segundo Ferreira, com a decretação de situação de emergência, que deverá ser assinada pela governadora Suely Campos (PP) nessa sexta-feira (veja matéria abaixo), o Estado deverá contratar novos brigadistas para atender não só a Capital, mas também os demais municípios roraimenses.
“Além da redução da folga dos nossos homens, que deverá cair de 24 horas de trabalho por 72 horas de folga para 24 horas de trabalho por 24 horas de folga, já há uma previsão para contratação de brigadistas. Inclusive, estamos em trabalho de finalização do edital público para a contratação de mais 150 homens. Esse pessoal são aqueles homens que nós treinamos nos municípios no ano passado, que darão suporte às ações em todo o Estado, principalmente nas áreas mais prejudicadas”, destacou. (M.L)