Cerca de R$ 47 milhões. Este é o recurso destinado no Orçamento 2016 para o programa social Crédito do Povo, gerido pela Secretaria Estadual do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes). Para a titular da pasta, Emília Campos, o orçamento é coerente com o número de beneficiários que serão atendidos neste ano.
Emília disse à Folha que em 2015 havia um inchaço na lista de beneficiários do programa. “Nós começamos a fazer um processo de moralização do programa, excluindo alguns beneficiários”, afirmou, lembrando que, no ano passado, quase metade das 40 mil pessoas que recebiam o benefício foi cortada por irregularidades. “Então, obviamente que para 2016 nós fizemos um orçamento baseado no número atual de beneficiários, que chega a 30 mil pessoas. A nossa estimativa para esse ano é atender até 32 mil pessoas”, complementou.
A secretária explicou que, para receber o benefício mensal de R$ 120,00, a família precisa ter uma renda de até ¼ do salário mínimo, que corresponde atualmente a R$ 220,00. “O Governo do Estado está preocupado com essas famílias. Queremos fazer com essas pessoas sejam provedoras das suas próprias rendas, com o Estado dando oportunidade de isso acontecer”, frisou.
Segundo Emília, a Setrabes planejou, em 2015, programas que visam à emancipação dessas famílias em relação ao Crédito do Povo. “Vamos trabalhar a migração de famílias que tenham perfil para outros programas de geração de renda, que vamos ofertar a partir deste ano”, disse, citando como exemplos o Clube de Mães, Balcão de Ferramentas e Estágio Remunerado.
“O Crédito do Povo continua sendo um programa muito importante para o desenvolvimento social do Estado, das famílias que mais precisam. Temos responsabilidade e compromisso de fazer com que ele realmente chegue às pessoas. A Setrabes entende a importância de outros programas de geração de renda e, por isso, que vamos continuar realizando nosso trabalho”, destacou a secretária. (V.V)
Após grande corte, cinco mil beneficiários foram reinseridos
Desde abril do ano passado, quando quase 15 mil pessoas foram cortadas da lista de beneficiários do programa social Crédito do Povo, cinco mil já voltaram a figurar na lista. A informação é da secretária estadual do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), Emília Campos.
“Naquela época, nós encontramos pelo menos 50% dos benefícios fora do perfil do programa, que é atender pessoas de baixa renda. Desses, 10% tinham empresas e carros em seu nome. Essas pessoas foram retiradas”, disse.
A secretária afirmou que alguns beneficiários excluídos voltaram à Setrabes para pedir a reavaliação do corte. “Nós fizemos a reavaliação, através das visitas, e encontramos um número de pessoas que realmente precisavam ser mantidas”, comentou. “O programa estava sendo utilizado nas gestões passadas para outros fins, não necessariamente para o desenvolvimento social. Por isso, tivemos que criar coragem e fazer os cortes”.
Técnicos da Setrabes fazem todos os dias visitas de acompanhamento nas residências dos beneficiários. “O Crédito é um programa dinâmico. A gente não pode ficar estagnado, esperando o tempo passar. Hoje uma pessoa está em situação precária, mas amanhã ela pode conseguir um emprego, não precisar mais receber o benefício do governo. Os cortes acontecem o tempo inteiro, assim como a inserção de novos beneficiários”, destacou Emília Campos.
BOLSA FAMÍLIA – Questionada se as famílias que recebem o Crédito do Povo podem também receber o Bolsa Família, programa do Governo Federal, Emília Campos explicou que não há nenhum impedimento. “Mas é uma questão que estamos avaliando. Estamos buscando saber se há necessidade de uma mesma família receber esses dois benefícios”, disse, enfatizando que a Setrabes tem gerência apenas sobre o Crédito do Povo. (V.V)